Perigo à saúde

Lixo e larvas do mosquito Aedes se acumulam ao lado da Barragem do Bacanga

De acordo com pescadores da região, fato acontece por causa da demora na recuperação da estrutura, que gera o acúmulo de água e, em consequência, da sujeira; Rio das Bicas virou lixão

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50
Margem do Rio da Bicas está repleta de lixo descartado por moradores das proximidades
Margem do Rio da Bicas está repleta de lixo descartado por moradores das proximidades (Lixo barragem)

SÃO LUÍS - Um dano ao meio ambiente e uma preocupação epidemiológica são observados por quem passa diariamente na Avenida dos Portugueses, em São Luís, ao lado da Barragem do Bacanga, área que margeia o Rio das Bicas. Por causa da demora na recuperação da estrutura, responsável pelo controle da vazão de água no trecho, houve acúmulo de sujeira nas proximidades da barragem, o que propiciou o amontoamento e aparecimento de larvas do mosquito Aedes Aegypti.

Em alguns trechos observados por O Estado, a concentração de resíduos sólidos é superior a de água, gerando um cenário de degradação ambiental de um dos ecossistemas mais importantes da cidade. As margens do Rio das Bicas hoje se transformou em uma grande lixão. De acordo com pescadores que utilizam a reserva hidrográfica diariamente, o dano e a presença de insetos apresentaram piora nos últimos meses. “Desde quando essa obra da barragem começou a gente não teve mais sossego”, disse o motorista e pescador, Carlos Magno Mendes.

Ele informou ainda que, há duas semanas, estava com os sintomas comuns da dengue, como febre e dor no corpo. “Tenho é certeza que eu peguei essa doença ao vir aqui para pescar e por causa do acúmulo de sujeira na água”, disse. Apesar de estar ainda distante de áreas habitacionais, existem bairros nas proximidades do foco do mosquito, como Sá Viana e Piancó, por exemplo.

Além do lixo, foi possível também observar a presença de larvas do mosquito nas canoas dos pescadores, atracadas às margens do Rio das Bicas. Sem nenhuma proteção e com acúmulo de água das chuvas na parte de cima das embarcações, as amostras do Aedes se desenvolvem mais rapidamente.

De acordo com os trabalhadores, com a demora na obra da Barragem, houve queda na oferta de peixes na reserva, o que estagnou a atividade. “Como tem pouco peixe agora, praticamente ninguém está pescando. Aí as embarcações ficam ali paradas”, disse o comerciante Cláudio Duarte, que tem um estabelecimento ao lado da barragem.

O Estado também esteve no local que, conforme placa fixada pelo Governo do Estado, é considerado o canteiro de obras da recuperação da Barragem do Bacanga. Nenhum operário da empresa Lotil Engenharia, indicada como responsável pelos serviços, foi localizado para falar sobre o andamento dos trabalhos.

Serviços
De acordo com o Governo, os serviços na Barragem do Bacanga são do próprio tesouro estadual e têm prazo de execução de 360 dias, custo estimado em aproximadamente R$ 7.500.321,47. Em nota, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informou que a coleta de resíduos às margens do Rio das Bicas acontece de forma diária e que os resíduos acumulados ocorrem devido ao descarte irregular.

Sobre os serviços na Barragem, a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) informou que a obra deverá ser concluída no prazo máximo de oito meses e que os técnicos aguardam a fabricação da comporta que vai regular o fluxo de água no local.

NÚMEROS
R$ 7.500.321,47
é o custo estimado para a recuperação da Barragem do Bacanga
360 dias é o prazo estimado pelo Governo para a finalização dos serviços

Lixo nas proximidades da Barragem do Bacanga

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