SÃO LUÍS - A estudante de 18 anos que teria sido estuprada pelo prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves, está sendo alvo de machismo, segundo a Secretaria de Estado da Mulher (Semu) e o Conselho Estadual da Mulher (Cem). Os órgãos publicaram nota repudiando o "preconceito fruto de uma sociedade patriarcal" e estimularam as mulheres a continuarem denunciando a violência sexual.
Na publicação, a Semu e o Cem consideram sexistas mensagens e imagens que depreciem a vida e o corpo das meninas e mulheres. Além disso, afirmam que a "violência sexual vem sendo utilizada sistematicamente para subjugar a todas as mulheres".
Entenda o caso
De acordo com o delegado regional de Santa Inês, Raphael Reis, a estudante de Direito afirmou na tarde de sexta-feira (18) que foi forçada a manter relações sexuais com o prefeito do município, Ribamar Alves.
Em depoimento, a jovem afirmou que foi até a casa do gestor no início da tarde de ontem oferecer livros - que chegariam a valor de R$ 70 mil - para que fossem adquiridos para o Município. O prefeito, então, teria pedido o telefone da estudante e os dois teriam trocados mensagens por meio do aplicativo WhatsApp.
Ainda segundo a universitária, no fim da tarde do mesmo dia, por volta das 18h, Ribamar Alves foi até a casa da jovem e a teria feito entrar no veículo do prefeito. Em seguida, ele teria levado a estudante para o Motel Arco-Íris. Foi no local que teria sido praticado o ato sexual, contra a vontade da estudante. Após a relação sexual, ela teria pedido ajuda e ido até a delegacia denunciar Alves.
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Leia, na íntegra, a nota
A Secretaria de Estado da Mulher (Semu) e o Conselho Estadual da Mulher (Cem) vêm a público expressar solidariedade à jovem de apenas 18 anos de idade e seus familiares, vítima de estupro em Santa Inês, que teve coragem de denunciar esse crime. Saiba que, independentemente do seu medo, sua vergonha e atitudes que a deixem se sentir culpada, estamos à sua disposição para acolher e ajudar você a ter uma vida sem violência. Expressamos nosso orgulho a todas as mulheres que estejam em situação de qualquer tipo de violência e preconceito, frutos de uma sociedade patriarcal e machista, e que ousam quebrar o silêncio.
A violência sexual vem sendo utilizada sistematicamente para subjugar a todas as mulheres, como se assim fôssemos castigadas pela transgressão e pela busca permanente de sermos donas de nossa própria existência. A violência sexual rouba a possibilidade do existir e ser com autonomia, rompendo as regras de sujeição que o machismo nos impõe, todos os dias. Consideramos sexistas mensagens e imagens veiculadas nos meios de comunicação, que depreciem a vida e o corpo das meninas e mulheres. A liberdade de expressão tem limites regulados em lei.
Nosso propósito enquanto órgão público é desenvolver planos e programas visando o enfrentamento das desigualdades e a defesa dos direitos das mulheres, bem como enfrentar todas as formas de violência contra as mulheres. Contamos, executamos, monitoramos e fiscalizamos, em parceria com um conjunto de instituições e órgãos, uma Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência no Maranhão.
Lutamos por uma sociedade justa e com igualdade entre os gêneros, onde as meninas e mulheres não se calem, não silenciem suas dores, que reajam a todas as violências, preconceitos e discriminações!
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