Crimes

Estado Islâmico mantém 3.500 escravos, diz a ONU

Mulheres e crianças estariam sendo usadas como escudos em conflitos armados no Iraque, onde 18.802 civis foram mortos de 2014 a 2015

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51

GENEBRA

Cerca de 3.500 pessoas, principalmente mulheres e crianças, são mantidas como escravas no Iraque por militantes do Estado Islâmico, segundo informou ontem a Organização das Nações Unidas (ONU).

O grupo islâmico, que também controla grande parte da Síria, é responsável por atos que possam "constituir crimes de guerra, crimes contra a humanidade e possivelmente genocídio", particularmente contra as minorias, diz um relatório.

Segundo o documento, forças de segurança iraquianas e grupos aliados, incluindo os combatentes curdos Peshmerga, também sequestraram e mataram civis. "Alguns desses incidentes podem ter sido represálias por apoiar ou associação ao ISIL [Estado Islâmico]", acrescenta.

Cerca de 18.802 civis foram mortos devido a atos de violência no Iraque de janeiro de 2014 a outubro de 2015, metade deles em Bagdá, e 36.245 civis foram feridos, segundo o relatório, que diz que os números são "obscenos".

Escravizados
A Missão da ONU de Assistência ao Iraque e o escritório da ONU de direitos humanos estimam que 3.500 pessoas são “mantidas atualmente como escravos" pelo Estado Islâmico, que tomou as áreas povoadas principalmente por sunitas no Norte e Oeste do país em 2014.

"Aqueles que vêm sendo escravizados são, predominantemente, mulheres e crianças, principalmente da comunidade yazidi”, diz o relatório conjunto divulgado em Genebra referindo-se a uma minoria não-muçulmana do norte do Iraque vista pelo Estado Islâmico como adoradores do diabo. "Mas também há pessoas de outras comunidades de minorias étnicas e religiosas.”

Os islamistas sunitas, que assumiram a responsabilidade pelos atentados contra mesquitas e mercados xiitas em Bagdá, devem enfrentar um processo por crimes internacionais, disse Francesco Motta, diretor do escritório de direitos humanos da ONU no Iraque.

"Eles usam civis como escudos e crianças em conflitos armados", disse ele em uma coletiva de imprensa por telefone, de Bagdá.

O grupo procura "basicamente eliminar, limpar ou destruir comunidades minoritárias", acrescentou Francesco Motta.

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