Terrorista

Turquia deporta americano que integrava o Estado Islâmico

Governo turco não forneceu detalhes sobre os estrangeiros que serão enviados para casa, mas disse que eles estavam detidos em centros de deportação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22

ANCARA - A Turquia deportou, ontem,11, um cidadão americano que integrava o Estado Islâmico. O gesto é o início de uma tentativa de mandar de volta a seus países membros estrangeiros do grupo, segundo o porta-voz do ministério do Interior, Ismail Catakli. Ele não deu mais detalhes sobre o americano.

"Esta manhã, um combatente terrorista estrangeiro dos Estados Unidos foi deportado da Turquia após a conclusão dos procedimentos no centro de deportação", anunciou Catakli, segundo a agência de notícias estatal turca Anadolu.

Um alemão e um dinamarquês também devem ser repatriados ainda nesta segunda, mas Catakli não forneceu mais informações sobre os estrangeiros. Dois cidadãos irlandeses e 11 franceses capturados na Síria também serão transferidos para seus países de origem em breve, segundo Catakli.

Na Dinamarca, o jornal semanal "Weekendavisen" disse que o nome do cidadão dinamarquês extraditado é Ahmad Salem el-Haj, que enfrenta acusações de terrorismo no país.

Outros 7 alemães têm previsão de serem mandados de volta ao país natal na quinta (14), e mais 2 na sexta (15). O grupo é composto por 3 homens, 5 mulheres e duas crianças. A Alemanha afirmou que não vai negar entrada a seus próprios cidadãos.

Até o momento, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, Christofer Burger, as autoridades alemãs não podem confirmar que os 10 estavam envolvidos com o Estado Islâmico. Há indicações de que duas das mulheres estiveram na Síria, mas acredita-se que nenhuma das crianças tenha estado no país.

Burger disse que as autoridades ainda não foram capazes de verificar se outras cerca de 20 pessoas, que estão sob custódia da Turquia para serem deportadas, têm cidadania alemã. Ancara ainda não notificou oficialmente a Alemanha de que planeja deportá-los.

As deportações ocorrem pouco mais de uma semana depois que o ministro do Interior turco, Suleyman Soylu, disse que a Turquia não era um "hotel" para os combatentes do Estado Islâmico. Ele criticou os países ocidentais por sua relutância em receber de volta cidadãos que haviam se juntado às fileiras do grupo extremista.

O país também afirmou que vai mandar de volta militantes do grupo extremista mesmo que sua cidadania tenha sido revogada. Vários países europeus, incluindo o Reino Unido, retiraram a nacionalidade dos combatentes do Estado Islâmico para impedir seu retorno.

Prisões turcas

Na semana passada, Soylu disse que cerca de 1,2 mil combatentes estrangeiros do Estado Islâmico estavam em prisões turcas e 287 membros, incluindo mulheres e crianças, foram novamente capturados durante a ofensiva da Turquia na Síria. Ele não forneceu números ou detalhes sobre aqueles que seriam enviados de volta.

Embora a Turquia tenha deportado discretamente simpatizantes do Estado Islâmico por anos, o país levantou a questão com mais força depois que os países ocidentais se recusaram a apoiar sua invasão do nordeste da Síria e sua ofensiva contra combatentes curdos sírios - que Ancara considera terroristas ligados a insurgentes curdos na Turquia. Muitos países manifestaram preocupações de que a incursão turca levaria ao ressurgimento do Estado Islâmico.

A Turquia foi acusada de permitir o influxo de milhares de simpatizantes estrangeiros do grupo terrorista na Síria ao longo dos anos, e, no auge do poder do grupo extremista, as passagens de fronteira na Turquia eram a principal via para quem esperava se juntar ao Estado Islâmico na Síria.

O país nega ter permitido a entrada de combatentes estrangeiros na Síria. Mais tarde, intensificou a segurança em suas fronteiras, incluindo a criação de perfis de possíveis combatentes do Estado Islâmico nos aeroportos e a construção de um muro ao longo de partes de sua fronteira.

A Turquia foi atingida por uma onda de ataques do Estado Islâmico em 2015 e 2016, incluindo um por um homem armado que abriu fogo em uma boate de Istambul durante as celebrações do Ano Novo nas primeiras horas de 2017 e matou 39 pessoas.

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