Novos talentos

Boi da Maioba promove oficinas de percussão, dança e toadas

Atividades fazem parte da programação comemorativa aos 25 anos de carreira do cantador Francisco Corrêa, o Chagas da Maioba

Atualizada em 11/10/2022 às 12h51

Garantir a renovação dos agentes de cultura e o futuro de uma das mais ricas manifestações folclóricas do Maranhão é o propósito das lideranças do Boi da Maioba ao promover as oficinas de percussão, dança e toadas, inseridas na programação comemorativa aos 25 anos de carreira do cantador Francisco de Sousa Corrêa, o Chagas da Maioba. A segunda etapa foi realizada no último sábado, desta vez no município de São José de Ribamar. A próxima acontecerá em Raposa.

Na cidade balneária, a oficina reuniu crianças e adolescentes no ginásio do Patronato de São José de Ribamar, com a presença de Chagas e de cantadores convidados. As crianças aprenderam com os mais experientes a melhor maneira de tocar os instrumentos e ensaiaram alguns passos da dança que é a sensação nos arraiais durante o período junino.

O convidado especial foi a criança Alef James Gomes Rodrigues, de 8 anos, descoberto pela equipe do Boi da Maioba durante a primeira oficina, no município de Paço do Lumiar. Desenvolto, coerente e desinibido, o garoto mostrou suas habilidades como cantador-mirim. Apaixonado pelo Boi da Maioba, James é também fã de Chagas e sua maneira de conduzir as toadas vem dessa inspiração.

Alef Rodrigues começou a cantar em um grupo de bumba meu boi do bairro onde mora, formado exclusivamente por crianças, mas seu sonho é apresentar-se com Maioba. “Eu gosto de bumba boi e sou fã da Maioba, por isso estou participando desse projeto”, disse Alef, sapiente de seus propósitos e com firmeza na voz.

Encanto

Alef encantou os participantes da oficina ao entoar “Se não existisse o Sol”, toada considerada hino do bumba meu boi da Maioba. Como ele, as crianças foram auxiliadas, entre outros, por mestres de matraca e de pandeirão. Conforme o mestre de pandeirão José Pedro Diniz, todas são bastante interessadas e aprendem com entusiasmo. “São talentosas e têm futuro no bumba meu boi”, disse.

Pablo Aimar da Costa deu um show nos passos de caboclo de pena e de amo, dançando junto com o boi. “Gosto de dançar no São João e o meu pai me acompanha”, disse o garoto de apenas 7 anos.

Segundo o coordenador do projeto, Osvaldo Souza, o município de São José de Ribamar reúne grande número de grupos de bumba meu boi, razão pela qual esse projeto é importante para a comunidade. “Essas crianças são a nova geração de cantadores, matraqueiros, pandeireiros e dançarinos de bumba meu boi, e nosso esforço é para não deixar morrer a nossa tradição. Precisamos de pessoas que continuem o projeto, pois uns se vão e outros ficam”, disse Osvaldo Souza.

O projeto terá sua culminância com a gravação de um CD e de um DVD por Chagas com a participação especial dos cantores Alcione e Zeca Baleiro. O evento acontecerá na Casa das Dunas, na Avenida Litorânea, mas ainda não tem data definida. O cantador Chagas, que durante a oficina deu uma palinha com uma toada, tornou-se cantador de boi em 1989.

Natural do município de Icatu, aos 18 anos, Chagas entrou para o grupo de bumba meu boi Sítio do Apicum e, mais tarde, migrara para Maioba, para assumir oficialmente e definitivamente sua faceta de cantador. “No início, eu cantava e compunha, mas tinha vergonha de mostrar para as pessoas o que eu sabia fazer. Mas como tinha de ser, me tornei cantador”, disse Chagas.

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