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UFMA critica Apruma e continuidade da greve de professores

Universidade Federal do Maranhão afirmou que a associação "agride, de forma leviana, grosseira e irresponsável, centenas de professores"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54
Apruma contestou, no dia 30, o fim da greve dos professores
Apruma contestou, no dia 30, o fim da greve dos professores (A Apruma confirmou a continuação da greve na UFMA)

Em nota divulgada na manhã desta segunda-feira (5), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) criticou a Associação de Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma), que apoia a continuidade da greve de professores que já dura mais de 100 dias. Nas últimas semanas, a instituição e a entidade têm enfrentado um impasse por causa da paralisação das atividades dos docentes.

A UFMA afirmou que a Apruma "agride, de forma leviana, grosseira e irresponsável, centenas de professores que de forma autônoma e livremente, decidiram constituir um sindicato (Sindicato dos Professores das Universidades Federais do Maranhão - SindUFMA) que os representasse, de fato e de direito". No trecho, a instituição se refere a um plebiscito convocado pelo Sindufma em que 82% dos professores decidiram a favor do fim da greve e 18% contra.

No pronunciamento, a instituição federal disse ainda que a Apruma "macula a imagem da instituição com acusações que ultrapassam os limites éticos e morais daqueles que deveriam ser uma referência de dignidade e de seriedade na sociedade".

Entenda o caso - A Apruma contestou, no dia 30, o fim da greve dos professores, divulgado no dia anterior pelo SindUFMA, após votação em assembleia geral. Na ocasião, a associação afirmou que para hoje estaria agendada uma reunião com o ministro da educação e que na quarta-feira (7) acontecerá votação para decidir pela fim ou não da paralisação.

A Apruma disse, ainda, estar sendo vítima de "política de desmoralização do sindicalismo autônomo e combativo, que de uma só vez atrapalha os 'negócios' da reitoria e resiste aos ataques do governo Dilma aos direitos sociais dos trabalhadores".

O Sindufma rebateu e divulgou nota na sexta-feira (2), assegurando ser "autônomo porque não possui atrelamentos de quaisquer tipos, sejam eles a partidos, governos ou empresas". Disse ainda que foi fundado por iniciativa de centenas de docentes, ativos e aposentados, dos campi.

Leia na íntegra a nota divulgada pela UFMA

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em respeito à comunidade universitária e à sociedade em geral, vem a público posicionar-se quanto à nota do comando local de greve da APRUMA, publicada na imprensa, no dia 01/10/15. Sob o pretenso objetivo de esclarecer a respeito do fim da greve docente, decidida após consulta pública (plebiscito) cujo resultado foi confirmado pela Assembleia do SIND-UFMA, a associação agride, de forma leviana, grosseira e irresponsável, centenas de professores que de forma autônoma e livremente, decidiram constituir um Sindicato que os representasse, de fato e de direito. A APRUMA macula, sobretudo, a imagem da instituição com acusações que ultrapassam os limites éticos e morais daqueles que deveriam ser uma referência de dignidade e de seriedade na sociedade. Considerando, pois, este reprovável episódio, esclarecemos:

1- A agressão gratuita aos dirigentes desta UFMA e aos membros do Sindicato dos Professores da Universidade Federal do Maranhão – SIND-UFMA deveu-se ao fato de o SIND-UFMA ter decidido por encerrar a greve, após plebiscito junto aos professores. A Reitoria da UFMA foi informada pelo Sindicato do fim da greve. Nada mais. Vale esclarecer que a decisão de continuar ou não em greve não cabe aos dirigentes da Universidade. Como todos sabem, a categoria docente desta instituição decretou greve por meio de duas representações docentes: a APRUMA e o SIND-UFMA, cabendo-lhes, ao seu tempo, decidir pelo fim ou não do movimento paredista. A APRUMA, contudo, insiste em agressões e desconsiderar que já não é mais a única agremiação a falar em nome dos docentes da Universidade Federal do Maranhão. Não reconhecer esta realidade é uma postura autoritária, para dizer o mínimo.

2- A Reitoria da UFMA respeita as agremiações que representam docentes, discentes e técnicos da instituição, recebe-os, dialoga, inclusive na adversidade de opiniões e de posturas, reconhecendo-lhes, porém, a autonomia e a soberania. Ao afirmar publicamente que o SIND-UFMA é o “sindicato do Reitor”, que “não possui qualquer expressão política nem carta sindical”, a APRUMA revela-se ressentida com o fato de a pluralidade de ideas e ações sobrepor-se ao desejo de seus dirigentes de monopolizar as falas e as vontades dos docentes da Universidade Federal do Maranhão.

3- O posicionamento público da APRUMA demonstra, para a sociedade em geral, o que há muito a comunidade universitária já comprovou: a associação, atrelada a interesses partidários e inconfessáveis, ignora e tenta desmoralizar todos aqueles que discordam de suas práticas e já não acreditam em seus métodos medievais, muito menos em suas falácias. Eis o motivo pelo qual tenta, a todo custo, desestabilizar a vontade soberana e legítima de centenas de professores, de incontestável representatividade profissional e social, profissionais respeitáveis que são, publicamente, agredidos e considerados “um agrupamento docente, criado pelo governo federal e sustentado politicamente pela Reitoria da UFMA”.

4- Na intenção de deslegitimar um sindicato legalmente e legitimamente constituído, a APRUMA reivindica a condição de único e legítimo sindicato representante dos docentes da UFMA, omitindo o fato de não ser um sindicato. É, quando muito, uma mera associação que se intitula seção sindical do ANDES. É apenas um triste apêndice de um sindicato nacional. Tal situação nunca foi contestada pelos dirigentes desta instituição por respeito aos professores que fazem parte daquela agremiação.

5- Respeito e tolerância que não fazem parte da “ética” daqueles que dizem constituir e representar um “sindicalismo livre e autônomo”, o que é incompatível com uma mera associação que representa e mesmo mantém agremiações políticas cujos interesses não convergem com a os da academia. Uma mera associação que vem, historicamente, afastando-se das reais reivindicações e necessidades dos docentes da UFMA, apostando num partidarismo político nefasto aos interesses de UFMA.

6-Registramos, por fim, nossa indignação pelas acusações ao corpo dirigente da UFMA, em específico, ao Reitor, professor doutor Natalino Salgado Filho, deliberadamente agredido em sua honra de homem público, numa clara e lamentável intenção da APRUMA de tentar desconstruir uma administração que a comunidade universitária e a população maranhense em geral reconhecem como competente e, por isso mesmo, aprovam.

7 – Em momento e fórum oportunos o presidente da associação será chamado para comprovar as grotescas assertivas lançadas, na forma da lei.

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