Contra o tempo

Dique deve ficar pronto antes da maré de sizígia

Única comporta da Barragem do Bacanga, que controlava fluxo do mar, rompeu-se no dia 17, liberando o fluxo de água sem controle entre o Rio das Bicas e a Baía de São Marcos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54

A barreira de pedras que está sendo construída na Barragem do Bacanga, em São Luís, deve ser concluída até sexta-feira, dia 25, segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra). Isso porque será registrado em uma semana o fenômeno da maré de sizígia, quan­do as ondas alcançam grandes amplitudes. Por isso, a estrutura já deverá estar pronta para conter o avanço das águas e evitar possíveis alagamentos nas áreas de risco na Bacia do Bacanga.

Na quinta-feira, dia 17, o cabo de aço que sustentava a única comporta em funcionamento na barragem se rompeu, o que acabou derrubando-a. Desde então, está sendo realizado reparo emergencial na Barragem do Bacanga. Estão sendo colocadas pedras para fechar parcialmente o canal.

O serviço continua na barragem e deve ser concluído em três dias, segundo o subsecretário de Infraestrutura, Ednaldo Neves. Apesar de não terem sido registrados ca­sos de alagamento nas áreas de risco desde o rompimento da com­porta, há uma urgência no serviço, porque se aproxima a ma­ré de sizígia. As tábuas de maré mostram que a preamar dos dias 28 e 29 alcançaram 6,6 metros, o que pode elevar o risco de alagamento das áreas de risco.

Ainda de acordo com o subsecretário, o planejamento da Sinfra prevê o aumento do nível da maré para amanhã. Até essa quarta-feira, o nível máximo será de 4,8m. Já na quinta, é de 5,1m, e na sexta, 5,6m. Os níveis se mantêm até os dias 28 e 29, voltando a reduzir no dia 30, mas ainda passando dos 6m.

Com a ocorrência da maré de grande amplitude, que ocorre quan­do o Sol e a Lua estão alinhados em relação à Terra e a atração gravitacional entre os dois astros se soma, aumenta o medo de possíveis alagamentos de moradores de áreas de risco. É o que acontece com a dona de casa Maria da Conceição Nascimento, que já viu a maré invadir sua casa e chegar à altura dos joelhos. “Quando tem algum problema na barragem, a água invade mesmo. Com essa sizígia, então, ficamos com mais medo”, disse.

Reparo
Segundo o subsecretário, as comunidades que estão nesses locais podem ficar tranquilas, pois a barreira de pedras reduzirá o fluxo da água, mesmo com a ocorrência da maré de grande amplitude. “A barreira está sendo construída de forma que vai impedir o fluxo necessário para que não alague as comunidades daquela região”, declarou.

Ainda de acordo com Ednaldo Neves, a ensecadeira tem duas funções: evitar inundações nas áreas de risco, principalmente no Sá Viana (ponto mais vulnerável) e possibilitar a operação de resgate da comporta, que está submersa.

Como ele explicou, o serviço será realizado em três etapas. A primeira é o bloqueio do canal, que deve utilizar 100 carradas de pedras. Depois, será feito o resgate e manutenção da comporta. O prazo para conclusão dessa etapa ainda não foi concluído, pois ainda não foi possível avaliar se a estrutura está empenada ou não, o que pode exigir mais tempo, segundo o subsecretário.

Enquanto estiver sendo feita a recuperação da comporta, o volume de água em comunicação entre Rio das Bicas e a Baía de São Marcos será reduzido em 80% na maré alta. “Para compensar a troca de oxigênio, vamos usar o sistema stop-log de emergência, para permitir a entrada e saída de água controladamente”.

Por fim, será a desobstrução e construção da segunda comporta da barragem, que está desativada e totalmente obstruída há pelo menos 10 anos. “Com essa comporta desativada, ficamos impossibilitados de fazer a manutenção da outra, que está em operação, sem paralisar as atividades ali”, ressaltou Ednaldo Neves. Além disso, será substituído o mecanismo acionador da comporta, que data da década de 1970.

Alagamento
Desde o rompimento do cabo de aço, a situação está sendo monitorada por técnicos do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Exército, que já têm plano de ação desenvolvido, caso seja necessário fazer a retirada de famílias das áreas de risco de alagamento. O coronel Izaac Matos, coordenador estadual de Proteção e Defesa civil, afirmou que não foram registradas ocorrências de alagamento até agora. Na ocorrência da sizígia, o monitoramento diário na preamar continua.

Segundo o subsecretário de Infraestrutura, Ednaldo Neves, o governador do Estado já autorizou a reserva de vagas em hotéis da capital para o caso de ser necessário retirar famílias de suas casas se houver alagamento.

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