Havana - O Governo cubano pagará diárias às pessoas que assistirem as missas, recepções e outras atividades durante a visita do papa Francisco à ilha, segundo uma disposição oficial publicada ontem. O pontífice chegará a Cuba no sábado (19) e depois visitará os Estados Unidos em uma das viagens mais delicadas de seu pontificado.
"Os trabalhadores que participarem destas atividades cessam seus trabalhos e recebem o salário básico que corresponde ao tempo do dia de trabalho no qual acompanham estes eventos", informou uma resolução da ministra do Trabalho, Margarita González.
O texto, publicado no Diário Oficial (gacetaoficial.cu), dispõe que "os chefes das entidades nas cidades de Havana, Holguín, Santiago de Cuba e dos municípios próximos a estes territórios facilitam a participação organizada de seus trabalhadores na recepção, nas missas, atividades públicas e despedida, programadas por ocasião da visita do Sumo Pontífice".
A economia cubana é basicamente estatal e dos cerca de cinco milhões de trabalhadores ativos, apenas meio milhão trabalha de forma privada.
O papa Francisco chegará no sábado (19) a Cuba para uma estadia de quatro dias, que forma parte de um giro que inclui os Estados Unidos. O sumo pontífice, que fez a mediação que levou ao restabelecimento de relações entre os dois países após 50 anos de inimizade, visitará Havana, Santiago de Cuba e Holguín.
Francisco será o terceiro Papa a visitar Cuba depois de João Paulo II, em 1998, e Bento XVI, em 2012. Um editorial do jornal oficial Granma disse na terça-feira que Francisco será recebido com "respeito, afeto e hospitalidade" na ilha.
Orações - O papa Francisco pediu aos fiéis que o acompanhem com orações durante a viagem de oito dias que começará no sábado, 19, em Cuba e Estados Unidos. "Saúdo com afeto o povo cubano e americano, que, guiados por seus pastores, se prepararam espiritualmente", afirmou ao referir-se a sua viagem que vai até 28 de setembro.
"Peço a todos que me acompanhem com orações, invocando a luz e a força do Espírito Santo", afirmou, depois de rogar pela proteção da Virgen de la Caridad de Cobre, padroeira de Cuba, e da Virgem da Imaculada Conceição, padroeira dos Estados Unidos.
O pontífice explicou que o motivo principal de sua viagem é o Encontro Mundial das Famílias, que acontecerá na Filadélfia, Estados Unidos, e que também irá à sede da ONU, por ocasião 70° aniversário da organização internacional.
"Que Deus abençoe as famílias de cada canto da Terra", afirmou o papa, pedindo também uma "teologia da mulher que elimine estereótipos ofensivos. A mulher tem uma bênção secreta e especial para a defesa de suas criaturas do Maligno. Deus as protege", enfatizou Francisco.
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