Política

Para juiz Marlon Reis a reforma política é apenas cosmética

Durante visita a Expoimp, o juiz, um dos fundadores do Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral disse que a reforma nem deve ser chamada como tal

João Rodrigues / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h56
(Juiz Marlon Reis)

IMPERATRIZ – O juiz de Direito Marlon Jacinto Reis, membro e fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) afirmou, em Imperatriz no fim de semana, que a reforma política, em andamento, não é digna de ser chamada de reforma política. O magistrado fez breve um balanço da conjuntura politica nacional durante participação dele na 47ª Exposição Agropecuária de Imperatriz (Expoimp).

“Não é uma reforma política, é uma mudança apenas cosmética, superficial, que não merece o nome de reforma política. Não está sendo feito reforma política alguma”, avaliou o magistrado que prometeu continuar com o movimento por mais transparência na política.

No ponto de vista de Marlon Reis, a reforma em questão deveria começar pelo custo das campanhas eleitorais para possibilitar qualquer pessoa a ingressar na política. Atualmente, segundo ele, muita gente deixa de se candidatar por falta de condições.

“Hoje qualquer pessoa sabe que é difícil participar da vida pública, muitos homens e mulheres de bem têm até medo e até vergonha de se aproximar desse universo porque sabem que virou um mundo extremamente mercantilizado. Nós precisamos começar a reforma política pelo barateamento das campanhas para que prevaleça as ideais e não dinheiro”, detalhou.

O magistrado, também, condenou a proposta de redução do horário da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na Televisão. Segundo ele, a medida parece moralizadora, mas na prática prejudicaria os novos políticos que, com menos tempo, não teriam como divulgar suas propostas.

Sobre as discussões em torno das mudanças políticas, Reis defendeu que esse tema esteja em permanente discussão.

“Pelo contrário, nós achamos que o debate politico deve ser permanente, mais constantes. Deve ter menor policiamento sobre o debate politico, o centro da lei deve ser o combate da compra de voto, a compra do apoio politico, o abuso do poder econômico e não ficar fiscalizado o que as pessoas estão falando”, sugeriu o magistrado que atualmente fez uma pausa nas atividades sobre o movimento para escrever uma tese de doutorado sobre o impacto das mobilizações sociais na construção das normas sociais eleitorais e até as influencias na Justiça Eleitoral de mobilizações protagonizadas pela Igreja Católica, como é o caso da “Lei da Ficha Limpa”.

De modo geral Reis se disse preocupado com a política nacional, especialmente com o Congresso Nacional, após pesquisa do Instituto Datafolha que colocou as instituições políticas como pessimamente avaliadas.

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