Insatisfação

60% dos professores da UFMA já aderiram à paralisação das atividades

Greve segue movimento nacional e foi iniciada em São Luís no dia 10 deste mês e a principal reivindicação é mais investimentos na educação superior; servidores técnico administrativos também estão em greve por tempo indeterminado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57

Pelo menos 60% do corpo docente da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) já aderiram à paralisação das atividades por tempo indeterminado. A greve foi deflagrada no dia 10 deste mês e segue um movimento nacional contra os cortes de recursos das instituições federais de ensino. Não há previsão para o encerramento da paralisação. Servidores técnicos administrativos também estão em greve.

De acordo com a Associação de Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma), desde 2013 o Governo Federal não cumpre acordos assinados e ainda admite não ter nenhuma proposta efetiva para apresentar à pauta dos docentes federais. Dos oito campi da UFMA, cinco já aderiram ao movimento. Na Cidade Universitária, em São Luís, alguns professores optaram por concluir o semestre, mesmo decretado o movimento paredista.

Nós temos pouco tempo para pressionar o governo, pois o fechamento do orçamento geral da União para 2016 é no dia 20 de julho e a categoria precisa que as reivindicações sejam atendidas e ajustadas antes desta dataAntônio Gonçalves, presidente da Apruma

A última greve decretada na UFMA foi em 2012 e se estendeu por 120 dias. Segundo Antônio Gonçalves, presidente da Apruma, de todas as reivindicações feitas na época, apenas o reajuste salarial foi atendido, mas ainda de maneira insatisfatória, pois hoje, com o atual cenário econômico, os professores continuam ganhando menos do que em 2012. “Nós estamos acumulando uma perda real de 20% nos salários de 2012 para cá e, com a expansão das universidades, a atividade docente está cada vez mais precarizada, pois a estrutura oferecida não acompanha esse crescimento”, afirmou.

Pauta – Os profissionais pressionam o Governo Federal a ampliar os investimentos na educação. Entre as reivindicações, estão melhores condições de trabalho, garantia de financiamento público estável e suficiente às instituições, abertura de concursos públicos e a reestruturação da carreira. Já a pauta dos técnicos administrativos inclui reposição salarial de 27,3%, aprimoramento da carreira, com correção das distorções, piso de três salários mínimos e fim da terceirização.

“Nós temos pouco tempo para pressionar o governo, pois o fechamento do orçamento geral da União para 2016 fecha no dia 20 de julho e a categoria precisa que as reivindicações sejam atendidas e ajustadas antes desta data. Depois que segue para a votação no Senado, fica mais difícil obtermos êxito”, assinalou Antônio Gonçalves.

Na pauta local dos docentes da UFMA está a revogação imediata da Resolução nº 61, que determina os critérios para que os profissionais consigam ascender na carreira. “Hoje temos 13 níveis para ascender na carreira e está cada vez mais difícil alcançar a pontuação para essa progressão, que envolve desenvolvimento de atividades não só no ensino, mas também na pesquisa, extensão e gestão. Por isso, são pouquíssimos os professores que conseguem chegar ao topo da carreira”, destacou o presidente da Apruma.

Amanhã, a Apruma deve prosseguir com sua agenda de mobilizações, com a realização de uma assembleia para atualizar a pauta local, às 14h, na UFMA. Já no dia 25 deste mês, a categoria também deve aderir ao Dia Nacional de Paralisação.

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