recife. Uma briga entre presos na Penitenciária Barreto Campelo terminou na madrugada de ontem com um ferido e três mortos, dois dos quais queimados vivos. A instituição funciona na ilha de Itamaracá, localizada a 30 km da capital e, ao contrário do que normalmente ocorre nos outros estabelecimentos, sua ocupação é inferior à capacidade: comporta 1.140 presos, mas no momento abriga 1.106.
Segundo a Secretaria de Ressocialização, a causa do conflito foi um desentendimento entre os presos. Foi o que ocorreu na noite de sábado, quando Filipe dos Santos Romão, de 24 anos, foi morto a facadas no interior da penitenciária, que é de segurança máxima. Os assassinos seriam Gilberto Augustinho, de 22 anos, (conhecido como Maguila) e Gustavo José de Souza, de 25, ambos recém-chegados a Barreto Campelo, para onde foram transferidos após uma rebelião no Presídio Aníbal Bruno, o maior do estado e superlotado.
relação
Segundo a direção da penitenciária, Filipe era muito bem relacionado com os colegas e, por isso, eles se reuniram, trancaram os dois responsáveis pelo crime e tocaram fogo na cela. Eles morreram carbonizados. Na confusão, um terceiro preso, Eric Francisco da Silva, de 23 anos, levou uma facada no pescoço e foi hospitalizado. Ele responde por crime de homicídio.
A situação ficou tensa, mas 90 homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar ocuparam a penitenciária até as primeiras horas de ontem. Segundo a direção do presídio, a permanência dos militares no domingo não era necessária.
"O Choque veio, fez a revista, estava tudo controlado e a tropa foi desativada. Houve queima de colchões e as mortes, mas as famílias já estão conscientes. Esses problemas envolvendo os detentos são atos que acontecem no dia-a-dia da cadeia", afirmou o diretor da penitenciária, Coronel Geraldo Severiano.
O secretário de Ressocialização, coronel Humberto Viana, determinou, ontem, a abertura de sindicância para apurar responsabilidades pelo incidente. Ele informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a situação ontem à tarde já estava normalizada e que, por isso, resolveu manter o "pernoitão", prática tradicional nos festejos de fim de ano, quando os encontros conjugais são mais longos. As mulheres dos presos que quiserem permanecer na Barreto Campelo para os festejos de Ano-Novo podem ficar lá até a terça-feira de manhã. Segundo a secretaria, os presos receberam ontem 2 mil visitas.
Greve
Já em Avaí, subiu para 54 o número de presos que aderiram à greve de fome na cadeia pública, a 382 km da capital. Os detentos estão em greve de fome desde a última quinta-feira. O protesto, até agora pacífico, tem o objetivo de pressionar as autoridades para transferir da unidade os presos que já podem se beneficiar do cumprimento da pena em regime semi-aberto.
Até ontem, o número de presos que participavam do protesto era de 48. O juiz corregedor da região mandou um ofício à secretaria de Administração Penitenciária solicitando vagas no sistema prisional.
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