SÃO LUÍS – A Polícia Civil do Maranhão divulgou, na tarde desta quinta-feira (18), que o laudo do Instituto de Criminalística do Maranhão (ICRIM) comprovou que o veículo Argo vermelho usado no assassinato do publicitário Diogo Adriano Costa Campos, na Lagoa da Jansen em São Luís, não é o mesmo carro apreendido.
A perícia comprovou a versão dada pela defesa de Ayrton, de que a placa do carro do pai do jovem (PTJ-2844), havia sido clonada. Essa versão chegou a ser contestada pela Polícia Civil nessa quarta (17), mas as imagens obtidas pela família de Ayrton comprovam o fato de haver dois Argos vermelhos com a mesma placa.
Com base no laudo, ficou comprovado que Ayrton Campos Pestana, que foi preso como suspeito do crime, não tem qualquer participação no homicídio. As imagens de câmeras de segurança mostram que o Argo vermelho do pai de Ayton não saiu do local de trabalho na região da Camboa, no momento em que o crime era praticado na Lagoa da Jansen.
“Acabamos de receber o laudo do Icrim, que foi conclusivo no sentido de que o veículo que foi utilizado no homicídio e foi filmado por algumas câmeras de videomonitoramento, comparado ao veículo que foi apreendido, são veículos diferentes. A gente analisou as imagens e o veículo do suspeito primeiro não saiu do local onde se encontrava no bairro da Camboa, no mesmo instante em que estava acontecendo o homicídio. Então, não teria possibilidade de esse veículo ser usado no crime. Diante disso, o Ayrton Campos é inocente do crime”, afirmou o delegado George Marques, da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP).
Com base no levantamento pericial que comprova a inocência de Ayrton, a polícia afirmou que está sendo comunicado ao poder Judiciário e ao Ministério Público esse fato, para que possibilite a soltura de Ayrton Campos.
O doutor Raimundo Silva, advogado de defesa de Ayrton Pestana, afirmou que "restou provado que ele foi vítima de um erro absurdo, então, serão adotadas medidas cabíveis de reparação em desfavor do aparelho do Estado".
Na rua onde Ayrton mora, moradores e familiares já se preparam para recebê-lo após ele ser liberado pela Justiça.
Ayrton Campos Pestana estava preso desde a noite da última terça (16), após ter se apresentado na SHPP, em companhia de um advogado, para se defender das suspeitas de autoria do crime. Ayrton havia sido apontado como suspeito, pela Polícia Civil, que pediu sua prisão preventiva, após imagens mostrarem que o autor do crime estava no Argo vermelho de placa PTJ-2844, a mesma placa do carro do pai de Ayrton.
Com a comprovação de que a placa foi clonada, a polícia trabalha, agora, para identificar os verdadeiros autores do crime. Há suspeitas de que o homicídio tenha tido a participação de duas ou três pessoas.
Ouça a entrevista que o delegado George Marques deu na Mirante AM contando detalhes do caso:
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Uma das linhas de investigação é que o carro usado no crime tenha sido tomado de assalto no último dia 13 de junho, de um motorista de aplicativo. A polícia está investigando o caso e trabalha para identificar os autores desse assalto e averiguar se eles têm alguma participação na morte do publicitário.
A repórter Alessandra Rodrigues, da rádio Mirante AM, esteve na tarde desta quinta-feira na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos onde entrevistou o delegado Fernando Guedes, titular da delegacia especializada, sobre o roubo do veículo Argo vermelho, no último sábado, de propriedade de um motorista de aplicativo. O delegado ressaltou que o roubo ao veículo está sendo investigado e que nos últimos dias, foi o único veículo com essas características que foi tomado de assalto na Grande Ilha.
Ouça a entrevista completa:
Entenda o caso
O publicitário Diogo Adriano Costa Campos, de 41 anos, foi morto com um tiro no pescoço, no fim da manhã dessa terça-feira (16), após uma discussão de trânsito na Lagoa da Jansen, em São Luís.
As imagens de câmeras de segurança mostram que o tiro que matou o publicitário saiu de dentro de um Argo vermelho, de placa PTJ-2844, após uma discussão entre o publicitário, que estava em um veículo Kwid, e o motorista do Argo.
A discussão teve início em um condomínio na Lagoa da Jansen, em São Luís, após o carro de Diogo Costa ter sido “fechado” pelo Argo. Em entrevista à Rádio Mirante AM, o delegado Wang Chao Jen disse que o homicídio aconteceu após uma longa discussão entre os motoristas, que terminou com o condutor do Argo vermelho atirando em Diogo Costa, que morreu no local.
Diogo Adriano Costa Campos tinha 41 anos e era sobrinho-neto do ex-presidente da República, José Sarney. Ele deixa uma filha.
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