Nebuloso

Veja o que já se sabe sobre carro com R$ 1 milhão em São Luís

Veículo encontrado foi deixado no local por um assessor do deputado estadual Fernando Braide; o servidor foi exonerado logo após ter imagens divulgadas.

Ipolítica

Atualizada em 04/08/2024 às 12h53

SÃO LUÍS - O caso do carro estacionado na Rua das Andirobas, no Renascença, e que estava com mais de R$ 1 milhão no porta-malas apresentou fatos novos nas últimas 48 horas. A polícia tem intensificado as investigações e passou a ouvir testemunhas e intimar pessoas flagradas por câmeras no veículo.

O objetivo agora é descobrir a origem do dinheiro e o seu destino final.  Para a polícia, segundo o superintende de investigações criminais da Seic, a suspeita é de que o montante seria aplicado de forma irregular na disputa eleitoral. 

Nomes

Em meio a todo o caso nebuloso, dois nomes de relevância na política municipal e estadual surgiram e fizeram com que o caso ganhasse repercussão nacional, com reportagem apresentada pelo Jornal Nacional e aportais de notícias do país. 

Tratam-se do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD) e o seu irmão, o deputado estadual licenciado, Fernando Braide (PSD).

A citação ao nome dos dois ocorre por dois motivos: a participação direta de dois servidores públicos [um do Município e outro da Assembleia Legislativa] - já exonerados -, além de um segundo veículo, utilizado para fazer o resgate do motorista do carro onde estavam as cédulas. Esse segundo veículo está registrado no nome da mãe de Braide. 

Exoneração

Na sexta-feira o Jornal Nacional mostrou num vídeo o momento em que, no dia 16 de julho, Guilherme Ferreira Teixeira - assessor exonerado também na sexta do gabinete do parlamentar estadual - deixa o veículo estacionado, checa se a porta está devidamente fechada e, então, entra em um Honda Fit preto [o segundo veículo do caso]. A polícia ainda tenta identificar quem estava dirigindo o Honda Fit.

Guilherme Ferreira Texeira já havia sido assessor também de Eduardo Braide na Câmara Federal e figurou nos quadros da Prefeitura de São Luís na ocasião em que o atual gestor assumiu mandato. Depois disso, foi nomeado assessor técnico no gabinete de Fernando Braide.

Antes disso já havia sido exonerado da Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (Semit), Carlos Augusto Diniz da Costa, o “Makilas”. 

Ele é o homem que aparece em uma reportagem da TV Mirante conversando com policiais militares após a descoberta do veículo estacionado no Renascença.

No diálogo com a PM, flagrado pela equipe televisiva, Makilas afirma ser o proprietário do carro, mas que o havia emprestado a outra pessoa.

Cronologia 

O Clio vermelho onde foram encontrados mais de R$ 1 milhão ficou estacionado em frente, mas do lado oposto da rua, ao número 20, onde, segundo dados da Receita Federal, funciona a empresa C. S. Loiola Braide, de propriedade da médica Clarice Sereno Loiola Braide.

Ela é esposa de Antônio Salim Braide, irmão do prefeito e do deputado, que não chegou a ser intimado para depor, mas enviou um advogado espontaneamente à sede da Seic para se colocar à disposição dos investigadores. O Imirante procurou o defensor em busca de um posicionamento, e a guarda retorno.

Apesar de ter como atividade econômica principal “atividade médica ambulatorial restrita a consultas”, o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) aponta como nome fantasia “Café e Companhia”.

Registro da empresa aponta atividades médicas como atividade principal
Registro da empresa aponta atividades médicas como atividade principal

Intimação 

Guilherme Teixeira deveria comparecer na próxima sexta-feira à sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) para prestar depoimento sobre sua aparição deixando o veículo no local com a quantia milionária.

Ele foi intimado a comparecer para uma oitiva, mas preferiu não atender ao chamado. Em vez disso, enviou um advogado, que solicitou marcação de uma nova data para depoimento.

Quem também ainda deve prestar depoimento é Carlos Augusto Diniz da Costa. No dia em que o carro com dinheiro foi encontrado, Carlos Augusto foi levado a depor na sede da Seic, no entanto, preferiu ficar calado, sem declinar quem teria sido o destinatário do veículo.

O caso segue sob investigação da polícia. 

Outro lado

O Imirante entrou em contato com a Prefeitura de São Luís e aguarda posicionamento sobre o assunto. O prefeito Eduardo Braide ainda não se manifestou, mesmo procurado, a respeito do tema. 

Já o deputado estadual licenciado Fernando Braide afirmou que está acompanhando a apuração dos fatos pelas autoridades competentes. 

Saiba quem disputa as eleições em São Luís.

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