Grave

Yglésio diz que tem sido espionado por policial do Bope

Deputado estadual afirma que passou a ser alvo de espionagem por policial do Piauí após ter denunciado esquema do 'Joguinho do Tigre'.

Ronaldo Rocha e Gilberto Léda / Ipolítica

Atualizada em 21/02/2024 às 12h06
Yglésio afirma estar sendo monitorado por policial do Bope do estado do Piauí
Yglésio afirma estar sendo monitorado por policial do Bope do estado do Piauí (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - O deputado estadual Yglesio Moyses (sem partido) denunciou na tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão desta terça-feira (20), estar sendo monitorado diariamente por um policial do Bope que atua no estado do Piauí.

O policial, segundo o parlamentar foi identificado por ele como Salomão Fortes Júnior. Ele disse que o militar estaria junto com outras pessoas num veículo por vários dias próximo à casa da sua mãe, no Cohafuma, em São Luís.

“Essa semana, esse carro aqui, essa placa bem aqui. Esse carro está fazendo campana na porta da casa da minha mãe, no Cohafuma, já tem uma semana. Esse carro aí fazendo campana. Aí os vizinhos acharam estranho. Coloca a próxima foto. Esse cidadão bem aí, PM Salomão Fortes da Costa Júnior, do Bope do Piauí, escalado para montar campana na casa da minha mãe, que é um dos endereços de que eu disponho. Um carro fechado no fumê, os vizinhos disseram que tinham três pessoas dentro do carro, armadas, fazendo monitoramento na porta da casa da minha mãe. Disso bem aqui. Esse policial do Bope tem, pelo menos, entre processos e corregedorias, dois homicídios e vários procedimentos correcionais em curso no Piauí”, denunciou.

Yglésio afirmou suspeitar que a ação pode ter alguma relação com suas pautas contra “Joguinho do Tigre” e “máfia chinesa” e lembrou o fato de que o militar já esteve no Maranhão, a serviço do governo, em gestão passada, dando curso a PMs do Maranhão.

“É isso aqui que a gente está enfrentando quando sobe à tribuna. Ninguém vem para cá para fazer brincadeira em tribuna. O trabalho que a gente está fazendo é enfrentando crime organizado e trazendo coisas ruins. Isso aqui é um especialista do Bope que estava aqui, inclusive em 2017, a serviço do Governo do Estado do Maranhão, dando treinamento para nossa polícia e recebeu 1.200 diárias. Anote o nome aí do cidadão, anote o nome do cidadão: Salomão Fortes da Costa Júnior. Está no Portal da Transparência do Governo do Estado, governo passado. E não quero fazer ilação, não. Se eu não sei se isso aqui é crime, não sei se é, se é monitoramento para me perseguir de alguma forma. Eu sei que o PCdoB fica na mesma rua da casa da minha mãe. Então, assim, já fica o aviso também se tiver o dedo de alguém do PCdoB, porque nós estamos enfrentando o jogo do Tigre, máfia chinesa e a perseguição do comunismo no Estado do Maranhão”, pontuou.

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Rebateu

Contrariado com o fato de Yglésio ter citado o PCdoB, o deputado Rodrigo Lago, que é filiado ao partido, subiu à tribuna em seguida para rebatê-lo.

“Ocupo aqui para repudiar as palavras há pouco ouvidas do deputado doutor Yglésio. Deputado doutor Yglésio ofende um partido político. Talvez seja porque ele não é daquelas pessoas mais afeitas à democracia. Ele talvez tenha incentivado o 8 de janeiro, que quase fez ruir não só a democracia, como esta Casa, assim como todos os Poderes da República. E eu faço esse repúdio aqui, porque o deputado doutor Yglésio, como sempre, covarde, porque, ao lançar ilações sobre um partido político e sobre os membros desse partido, que nesta Casa aqui tem cinco membros na bancada, da segunda maior bancada desta Casa, faz a ilação, não concede o aparte e, como todo covarde, lança a ilação e sai correndo escondido”, afirmou.

Yglésio em seguida retornou à tribuna e disse não ter direcionado ataque a qualquer membro do PCdoB. Ele também afirmou que não iria ofender Rodrigo Lago, mas reiterou as denúncias de possível espionagem praticada pelo policial militar.

O deputado Roberto Costa (MDB) alertou para a gravidade da denúncia e pediu providências da Mesa Diretora. A presidente Iracema Vale (PSB) afirmou ter acionado a Segurança Institucional da Assembleia para fazer a escolta de Yglésio e disse ter formulado pedidos junto a Secretaria de Estado de Segurança Pública.

Outro lado

O Imirante não conseguiu contato com o policial militar que atua no Piauí para tratar da denúncia levantada por Yglésio

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