SÃO LUÍS - Em meio ao debate sobre o conflito armado entre Israel e o Hamas, tem chamado atenção o silêncio do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB).
A guerra, como declarada pelos israelenses, começou no sábado (7), com ataques a partir da Faixa de Gaza. Até a manhã desta quarta-feira (11), as únicas manifestações do socialista sobre o assunto haviam sido republicações de postagens da Força Aérea Brasileira (FAB) sobre a operação de repatriação de brasileiros que ainda se encontram na zona de guerra.
A postura de um dos principais auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, não parece ser novidade na sua relação com fatos envolvendo o Oriente Médio.
Em 2017, então governador do Maranhão, Dino recebeu em audiência no Palácio dos Leões, no início do mês de outubro, a visita de Seyed Ali, que era o embaixador do Irã no Brasil.
Algumas semanas depois, ao fim do mesmo mês, negou-se, segundo representantes da comunidade evangélica maranhense, a receber em audiência no mesmo local o então embaixador de Israel, Yossi Shelley.
Dino alegou na ocasião estar com uma virose contagiosa e cancelou a agenda, que acabou sendo cumprida pelos então secretários Marcelo Tavares (Casa Civil), Márcio Honaiser (Agricultura) e Adelmo Soares (Agricultura Familiar).
Para líderes evangélicos que acompanhavam Shelley durante sua estada no Maranhão naquele ano, a decisão de Flávio Dino foi ideológica.
“O governador já recebeu o embaixador do Irã e faz diversos gestos aos chineses, que são governos mais próximos da sua ideologia comunista. Mas se nega a receber o embaixador de Israel”, reclamou um deles, após cerimônia de entrega de título de cidadão maranhense ao embaixador israelense, na Assembleia Legislativa.
No mesmo evento, Shelley minimizou o episódio. “Era uma agenda oficial. Ele se sentiu um pouco mal e por esse problema ele não chegou. Acho que podemos nos encontrar depois, quando ele se sentir melhor”, disse.
Shelley preferiu não comentar o fato de que Flávio Dino recebeu representantes do Irã e da China, mas não o de Israel. “Eu não entrei nessa questão de política. Isso não é importante. O importante é que estou aqui. O povo maranhense ama Israel e nós fazemos negócios com vocês. Eu acho que o governador também. Pode ser que hoje, mais tarde, ou amanhã eu vá encontra-lo. Não penso que tenha política nesse caso. Pelo contrário, Israel pode ajudar o governo e também o governador, se preciso”, completou.
E finalizou fazendo um convite ao governador maranhense: “Eu convido ele a visitar Israel, o povo israelense, um pouco a tecnologia e também coisas que são interessantes a todos os cristãos”.
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