BRASÍLIA- O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta sexta-feira que irá processar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por racismo e quebra de decoro. A declaração foi dada em entrevista ao portal Uol.
Na quarta-feira (15), Eduardo Bolsonaro fez insinuações de que Flávio Dino tinha envolvimento com o crime organizado após o ministro participar de um encontro no complexo da Maré.
Dino afirmou que inicialmente não cogitou acionar a justiça por considerar que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “não merece muita atenção”. No entanto, diz ter refletido sobre a agressão a milhares de pessoas que “só por serem pobres, estão sendo estigmatizadas de modo vil e covarde”. “Em primeiro lugar, há racismo. Além disso, há quebra de decoro, porque é uma mentira deslavada que fui me reunir com os chefes do tráfico. A outra mentira delirante é que estava sem proteção policial”, disse o ministro.
Em seu perfil nas redes sociais o parlamentar compartilhou um vídeo em que o ministro visita o Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e questionou o esquema de segurança simples usado para a visita. “Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Brasil, com apenas dois carros e sem trocar tiros”, escreveu.
O deputado afirmou ainda que iria convocar o ministro na Comissão de Segurança Pública da Câmara para dar explicações e seu nível de envolvimento com o crime organizado carioca.
Segundo comunicado do Ministério da Justiça e Segurança Pública, na visita à comunidade, o ministro Flávio Dino participou do lançamento do Boletim “Direito à segurança pública na Maré”, publicação que a Redes da Maré faz anualmente desde 2016 e que apresenta a sistematização dos dados sobre os impactos da violência armada no Complexo.
“Entre os dados, estão mortes causadas por arma de fogo, operações policiais, confrontos entre grupos armados, violações de direitos e descumprimento de preceitos fundamentais. A Redes da Maré é uma organização da sociedade civil, que nasceu a partir da mobilização comunitária e que atua para articular soluções para os problemas da população local”, diz a pasta.
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