SÃO LUÍS - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, sugeriu crime de genocídio contra os indígenas Yanomami, em Roraima e anunciou investigação por meio da Polícia Federal sobre o caso.
Apesar de não ter citado o adversário político, a tendência é de tentar responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro pelas mais de 560 mortes registradas nos últimos anos, como foi amplamente noticiado pela imprensa nacional neste fim de semana.
“Em relação aos sofrimentos criminosos impostos aos Yanomamis, há fortes indícios de crime de genocídio e outros crimes, que serão apurados pela Polícia Federal, conforme ofício que enviarei na segunda-feira”, escreveu em seu perfil em rede social.
Visita
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou ontem a zona rural de Boa Vista, em Roraima, onde os índios vivem e anunciou que o Governo vai levar transporte e atendimento médico aos indígenas Yanomami. Ele também prometeu acabar com garimpo ilegal na zona rural de Boa Vista.
"É desumano o que eu vi aqui", disse Lula.
O presidente também prometeu acabar com o garimpo ilegal na região.
"Eu posso dizer para você é que não vai mais existir garimpo ilegal. E eu sei da dificuldade de se tirar o garimpo ilegal, já se tentou outras vezes, mas eles voltam", enfatizou.
Em 2020, o primeiro ano da pandemia, o garimpo ilegal avançou 30% na Terra Yanomami. Segundo relatório produzido pela Hutukara Associação Yanomami (HAY) e Associação Wanasseduume Ye’kwana (Seduume), a área total devastada pelo garimpo é de 2.400 hectares.
Emergência
O presidente Lula também decretou a criação Comitê de Coordenação Nacional, para discutir e adotar medidas em articulação entre os poderes para prestar atendimento a essa população.
O plano de ação deve ser apresentado no prazo de quarenta e cinco dias, e o comitê trabalhará por 90 dias, prazo que pode ser prorrogado.
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