Crise

Eliziane reage à nota da CEADEMA e fala em "liberdade de escolha"

Senadora havia sido repudiada pelo conselho político da Igreja Assembleia de Deus após apoio ao candidato Lula.

Ronaldo Rocha / Ipolítica

Eliziane Gama reagiu à nota de repúdio da CEADEMA
Eliziane Gama reagiu à nota de repúdio da CEADEMA (Agência Senado)

SÃO LUÍS - A senadora Eliziane Gama (Cidadania) reagiu na manhã desta quinta-feira a uma nota de repúdio elaborada pelo Conselho Político da Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Estado do Maranhão (CEADEMA) e que ganhou forte repercussão no estado.

A manifestação da entidade ocorreu na quarta-feira, após a senadora ter declarado voto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT) e defendido uma carta do candidato à comunidade evangélica no país.

Para Gama, a prática do Conselho Político da CEADEMA é incompatível com o Evangelho. 

Ela afirmou ter lamentado "profundamente" a decisão da igreja e cobrou a retirada da nota de repúdio dos canais oficiais da entidade e da Assembleia de Deus. 

“Tive conhecimento ontem através das redes sociais de uma nota de repúdio do conselho político da minha igreja no Maranhão. No primeiro momento pensei que fosse fake. Depois que vi a veracidade da nota ao ser publicada nos canais oficiais da CEADEMA”, disse.

E prosseguiu: “Lamentei profundamente e redigi uma carta que encaminhei ao conselho político da CEADEMA pedindo humildemente que a nota seja retirada dos canais oficiais por ela ser incompatível com a prática do Evangelho de Jesus Cristo”.

Gama publicou uma nota em seu perfil no instagram e ampliou a crise já instalada na igreja da qual faz parte no estado, ao classificar a nota de “ato de intolerância”. 

“Compartilho aqui o documento que enviei, considerando que até o presente momento não recebi nenhum retorno. Vamos continuar firmes e fortes na defesa da democracia e contra qualquer ato de intolerância. Que Deus abençoe a todos e todas!”, finalizou.

Reações

Logo após a CEADEMA ter repudiado a postura da senadora, na quarta-feira, foram várias as manifestações de solidariedade, de aliados políticos, à Eliziane Gama. 

O ex-governador Flávio Dino (PSB), por exemplo, afirmou que Gama está sendo vítima de perseguição. 

“Solidariedade à senadora Eliziane Gama, vítima de perseguição por exercer seu direito de cidadã. O discurso de ‘guerra religiosa’ que o bolsonarismo está pregando é anticristão e ilegal. Jesus Cristo é Amor, não ódio a quem pensa diferente”, escreveu.

Gama respondeu: “Estamos juntos, senador, pela paz e não pela guerra”.

A ex-ministra Marina Silva, que também integra a Assembleia de Deus, também se manifestou em defesa de Eliziane e contra a postura da denominação religiosa. 

“[…] ver que a denominação da qual faço parte, a Assembleia de Deus, aprovou uma nota de repúdio desqualificando a fé e o compromisso com Deus da senadora Eliziane Gama, pelo simples fato dela ter declarado o seu apoio político à candidatura de Lula; Bolsonaro e o bolsonarismo atingiram com uma ferida de morte nossas comunidades religiosas. Isso é ultrajante”, enfatizou.

A CEADEMA não respondeu aos ataques de aliados de Eliziane Gama até a publicação desta reportagem. 

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