SÃO LUÍS - O candidato do PSOL, Enilton Rodrigues, participou de entrevista na manhã desta quinta (11) nas instalações do Grupo Mirante, em São Luís. Engenheiro formado, Enilton é um dos nove candidatos que concorrem ao Governo do Maranhão. Ele foi o quarto entrevistado na Sabatina Imirante e respondeu a questões sobre turismo, comunidades tradicionais, educação, infraestrutura e segurança pública.
Seguem as principais ideias e propostas apresentadas pelo candidato por tópicos. A sabatina completa você pode assistir aqui.
TURISMO
O primeiro tema sorteado foi turismo. A jornalista Carla Lima iniciou a Sabatina Imirante pontuando sobre a falta de uso das potencialidades turísticas do estado na atualidade e, logo em seguida, questionando sobre a proposta de Enilton Rodrigues para superar essa dificuldade.
O candidato do PSOL concordou com Carla Lima e citou os exemplos da Chapada da Mesas e Lençóis como potenciais desperdiçados. Para ele, o que falta é vontade política dos governantes para o desenvolvimento do setor. Enilton afirmou que a falta de infraestrutura é um grande problema. O candidato também acredita que é preciso trazer não apenas o turista de fora, mas o próprio turismo doméstico. “O maranhense precisa conhecer os pontos turísticos do estado, que são vários, mas falta a estrutura mínima para isso”.
Enilton ainda culpou o Governo Federal pela falta de políticas públicas no setor. “Não tivemos nenhuma política pública do governo (federal) nos últimos tempos para nenhuma das áreas deste setor”, disse.
O jornalista Gilberto Léda questionou Enilton sobre a razão da falta de parceria entre Governo do Maranhão e Governo Federal se dar pela posição política do ex-governador Flávio Dino em relação ao presidente Jair Bolsonaro. “Foi o Governo Federal que não teve interesse nenhum em ajudar no setor”, respondeu.
Ronaldo Rocha lembrou que obras estruturantes não são responsabilidade apenas do Governo Federal, mas das inciativas municipais e estaduais. Rocha ainda pontou a concentração de recursos estaduais na capital maranhense, mais especificamente no Centro Histórico. Enilton Rodrigues apontou como solução o diálogo com o povo. Para ele, é necessário que os governos locais também assumam a responsabilidade no setor de turismo, mas ouvindo a população. No entendo, Enilton afirmou que as prefeituras não detêm de recursos o suficiente para isso.
Provocado por Carla Lima sobre como se daria a inserção das comunidades nas políticas de turismo, o candidato reiterou a proposta e disse que a infraestrutura levada para facilitar o turismo deve envolver as comunidades. “Por que as comunidades que lá estão não podem opinar? O governo instala a infraestrutura e as comunidades que devem gerir as políticas de turismo”. Disse.
COMUNIDADES TRADICIONAIS
O segundo tema sorteado foi Comunidades Tradicionais. A nova rodada de perguntas foi iniciada pela jornalista Carla Lima, que perguntou sobre a insegurança jurídica das comunidades quilombolas que circundam a base aérea de Alcântara. Enilton Rodrigues pontuou o descaso do setor público com as comunidades quilombolas. Como exemplo, o candidato afirmou que a falta de interesse se resume no atraso das políticas públicas. “Pela primeira vez no censo teremos a possibilidade das pessoas se autodeclararem quilombola. Só agora em 2022”, disse.
Ronaldo Rocha lembrou sobre um conflito envolvendo a comunidade tradicional do Cajueiro, que foi despejada após empreendimentos da gestão Flávio Dino no Porto do Itaqui. “Aquilo que foi feito foi tudo desprezando as comunidades do redor. O governo ficou muito mais preocupado com o negócio e desprezou as pessoas”, disse.
Para Enilton, o conflito foi motivado pela falta de visão do governo em equalizar desenvolvimento e tradição.
O debate se estendeu com a dúvida do jornalista Gilberto Léda sobre a negação da integração das comunidades tradicionais a novos empreendimentos. Léda tentou saber do candidato se não é melhor tentar integrar do que separar. Enilton Rodrigues disse que é possível essa integração, as ouvindo as comunidades. “Acredito que essas comunidades querem contribuir, mas querem contribuir sendo respeitadas”, disse.
EDUCAÇÃO
O terceiro tema sorteado foi educação. A primeira pergunta foi sobre o Programa Escola Digna da última gestão, sobre a real efetividade do programa e como conciliar infraestrutura e qualidade.
Enilton voltou a culpar o Governo Federal pelos cortes na educação que acabaram resultando em déficits nos índices de educação. Paralelamente, o candidato do PSOL afirmou que o problema na educação do estado não foi construído em sete anos.
Para ele, falta compreensão do conjunto que integra a educação quanto um todo é um grande desafio a ser vencido. E, para isso, é necessária a parceria entre todos os entes.
Ronaldo Rocha cobrou propostas do candidato para a questão da evasão escolar. “Esse é um grande problema”, disse o candidato no início da resposta. Enilton afirmou que a pandemia trouxe para a questão educacional a necessidade de integração entre os poderes. “O presidente negou a pandemia e isso prejudicou muito ações na educação”, disse.
O candidato do PSOL ainda questionou a efetividade do ensino remoto como solução e afirmou que irá rever o método em seu plano governo, caso seja eleito.
Enilton também se colocou contra o ensino em casa, o chamado home schooling, e a favor da educação em tempo integral após questionamento do jornalista Gilberto Léda na última intervenção sobre o tema.
INFRAESTRUTURA
Após educação, o tema sorteado foi Infraestrutura. Carla Lima quis saber da proposta do PSOL para resolver a questão da falta de estradas com qualidade para as cidades do interior do estado.
Enilton iniciou sua resposta criticando a qualidade das rodovias federais. Após isso, ele afirmou que é necessária uma reestruturação do sistema viário do estado, integrando ações federais e locais.
O candidato resgatou as discussões sobre o turismo e da necessidade de infraestrutura para o setor. Ele apontou a péssima situação da MA-006. Segundo Enilton, uma das piores de todo o estado. “Em nosso governo vamos priorizar o que essas rodovias representam”, disse.
O representante do PSOL afirmou que a infraestrutura hoje é baseada em um modelo que privilegia apenas o escoamento de produção. Segundo ele, isso incide em um abandono de rodovias que servem apenas as pessoas.
Ronaldo Rocha pediu ao candidato que opinasse sobre a concentração de recursos da infraestrutura em grandes rodovias no estado. Enilton criticou as prioridades do governo estadual que colocam esses grandes empreendimentos como maiores opções da gestão. “A gente tem que pensar a infraestrutura também pensando no povo. Não só em grandes projetos”, disse.
Carla Lima cobrou de Enilton soluções para o transporte aquaviário, mais especificamente o ferryboat. Para Enilton, a estatização do serviço é a melhor solução possível. “No nosso governo o ferryboat será 100% estatal para resolver o problema”, disse.
SEGURANÇA PÚBLICA
O último tema sorteado da sabatina foi segurança pública. A jornalista Carla Lima perguntou como dar prosseguimento a políticas de humanização da Polícia em uma sociedade a cada dia sem menos valores cívicos.
Para Enilton, o grande problema da segurança pública é o encarceramento em massa. “Em nosso governo a segurança será de segurança cidadã”. O candidato voltou a defender o diálogo com as comunidades, proposta em outros setores, para a segurança.
Enilton criticou o papel da Polícia Militar dentro do sistema de segurança.
“Ela (PM) cumpre um papel mais de repressão por raiva que se tem do próprio povo. Em uma perspectiva que não resolve”, disse.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término da Sabatina o candidato afirmou que pretende seguir na construção do seu plano de governo durante a campanha e no governo. Ele ainda afirmou que, caso eleito, irá trabalhar duro para mudar os índices trágicos do estado.
A Sabatina Imirante segue amanhã com o candidato do PSD, às 10 h.
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