PETRÓLEO E GÁS

Bacia do Parnaíba tem metade dos poços secos registrados nos últimos quatro anos

Quase 40 poços perfurados no Brasil resultaram secos, segundo levantamento do site Petróleo Hoje.

Imirante.com

Sonda perfura poço na Bacia do Parnaíba em busca de óleo ou gás natural
Sonda perfura poço na Bacia do Parnaíba em busca de óleo ou gás natural (Divulgação)

SÃO LUÍS - Levantamento realizado pelo site Petróleo Hoje com base em dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombistíveis (ANP), mostra que nos últimos quatro anos, 39 poços perfurados no Brasil resultaram secos, dos quais 19 estão localizados na Bacia do Parnaíba.

O quantitativo de 39 poços secos corresponde a 6,64% do total de 587 resultados de poços comunicados à ANP desde 6 de janeiro de 2018, em atendimento à Resolução ANP nº 699/2017, que entrou em vigor naquele dia e obrigou, aos agentes regulados, a enviar os resultados de poços perfurados a partir daquela data.

Dos 19 poços secos localizados na Bacia do Parnaíba, 18 são operados pela Eneva, nos blocos PN-T-103, PN-T-133, PN-T-146, PN-T-163, PN-T-47, PN-T-48, PN-T-49, PN-T-67, PN-T-67A, PN-T-69, PN-T-87 e no campo de Gavião Carijó (PN-T-102). O único que resultou seco e não foi perfurado pela Eneva no Parnaíba foi o poço 1-BRSA-1362-MA, perfurado pela Petrobras  no bloco PN-T-86, em outubro de 2018.

A Bacia do Recôncavo e a de Alagoas aparecem em segundo lugar, empatadas com quatro poços que resultaram seco cada uma. No Recôncavo, dois foram perfurados pela Imetame (1-IMET-25-BA e 1-IMET-26-BA), no bloco REC-T-163 e no campo Cardeal do Nordeste Leste (REC-T-212), respectivamente; um perfurado pela Alvopetro (1-ALV-13-BA) no bloco REC-T-57, e um perfurado pela Petrosynergy no REC-T-141 (1-PSY-20D-BA).

Já em Alagoas, três foram perfurados pela Nova Petróleo, nos blocos SEAL-T-292, SEAL-T-280 e SEAL-T-291 (1-NOVA-1-AL, 1-NOVA-2-AL e 1-NOVA-3-AL, respectivamente), e um pela Petrobras, no bloco SEAL-T-198 (1-BRSA-1361-AL). O restante dos poços secos foi perfurado nas Bacias de Amazonas (3), Potiguar (3), Solimões (3), Campos (1), Santos (1) e Sergipe (1), segundo os dados da ANP de janeiro de 2018 até o momento.

Poços pioneiros

Desses 39 poços que resultaram secos, a maioria (29) eram pioneiros. E, desses 29 que eram pioneiros, 13 foram perfurados pela Eneva, sendo todos na Bacia do Parnaíba, com exceção de um: o poço 1-ENV-27D-AM, que começou a ser perfurado em dezembro de 2021  no bloco AM-T-85, na Bacia do Amazonas, sendo concluído em janeiro deste ano

Os outros poços pioneiros que resultaram secos foram perfurados pelas seguintes companhias: Nova Petróleo (3), Imetame (3), Petrobras (2), Alvopetro (1), ExxonMobil (1), Geopark (1), HRT Participações (1), Petrosynergy (1), Rosneft (1) e Shell (1). O restante dos poços secos (10) eram pioneiros adjacentes (4), exploratório de produção (3) e de extensão (3), ainda segundo a Resolução ANP nº 699/2017, que dispõe, também, sobre a classificação de poços.

Ao todo, a maioria (75,80%, ou 445) dos poços que tiveram os seus resultados notificados à ANP desde janeiro de 2018 foram classificados como “poço com hidrocarbonetos”; 17,54% (ou 103) como “poço não-qualificável” (aquele que foi abandonado definitivamente sem atingir seus objetivos geológicos, ou não se enquadra nas qualificações anteriores em função de seus objetivos) e 6,64% como “poço seco”.

O resultado de poço é o conjunto de atributos a partir dos quais podem simplificadamente se inferir conclusões gerais sobre as condições geológicas do prospecto perfurado por aquele poço, conforme a Resolução ANP n° 699/2017.

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