Propina

Deputado diz que recebeu proposta de R$ 200 mil para não denunciar possível fraude no concurso da Assembleia

Yglésio Moyses fez relato de oferecimento de propina durante pronunciamento na Casa.

Gilberto Léda/ipolítica

Atualizada em 15/06/2022 às 15h10
Yglésio relatou oferecimento de propina em plenário
Yglésio relatou oferecimento de propina em plenário (Divulgação)

SÃO LUÍS - O deputado estadual Yglésio Moyses (PSB) voltou a denunciar, nesta quarta-feira, 15, possível ocorrência de fraude no concurso público para provimento de cargos na Assembleia Legislativa do Maranhão.

Durante a sessão plenária, o socialista afirmou que recebeu proposta de pagamento de propina, “de maneira indireta”, de R$ 200 mil para silenciar sobre o assunto.

“Ontem tiveram amigos que me disseram: ‘Rapaz, tu não vai (sic) mudar o mundo’. Me ofereceram ontem R$ 200 mil, de maneira indireta, para ficar calado hoje”, relatou

Também nesta quarta-feira, o presidente da Assembleia, deputado Othelino Neto (PCdoB), declarou que já informou as suspeitas de irregularidades no concurso da Casa ao Ministério Público do Maranhão (MPMA) e que, se for confirmada uma “fraude sistêmica”, o concurso pode ser até mesmo anulado.

“Já pedi formalmente ao Ministério Público que proceda à investigação sobre a suspeita que Vossa Excelência [Yglésio Moyses] levantou. Não hesitarei, em nenhum momento, em tomar as providências legais, quer seja se houve uma fraude de caráter individual, e for provada, excluir aquele que provocou a fraude; se for uma possível fraude sistêmica pode até chegar à anulação do concurso”, declarou Othelino.

O chefe do Legislativo estadual também disse que não hesitará em tomar providências legais contra quaisquer irregularidade.

Ao denunciar a possível irregularidade, Yglésio revelou, sem citar nomes, que entre os aprovados estão “genro de desembargadora, esposa de advogado de alto coturno na cidade, irmão de ex-prefeita”.

“Parece que a quadrilha da fraude dos ‘concursos’ voltou a atacar. Inadmissível. Inadmissível. Inadmissível. Genro de desembargadora, esposa de advogado de alto coturno na cidade, irmão de ex-prefeita. Desrespeito gritante. Maranhão condenado”, escreveu o parlamentar nas redes.

A Fundação Ceperj, do Rio de Janeiro, organizadora do certame, ainda não se pronunciou sobre as denúncias.

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