Enchentes

"Tem muita chuva ainda para vir", alerta meteorologista diante da elevação do nível de rios no Maranhão

Cerca de 620 famílias em cinco municípios maranhenses estão desabrigadas ou desalojadas após as cheias dos rios que banham as cidades.

Neto Cordeiro/Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 18h40
Mirador foi um dos municípios mais castigados pelas enchentes. Foto: Divulgação/Prefeitura de Mirador.
Mirador foi um dos municípios mais castigados pelas enchentes. Foto: Divulgação/Prefeitura de Mirador.

SÃO LUÍS - “Tem muita chuva ainda para vir e, provavelmente, essas condições dos níveis dos rios devem aumentar”, alertou o meteorologista Gunter de Azevedo do Núcleo de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

Em entrevista ao Imirante.com, o especialista explicou que a região Sul do Estado - onde chove bastante causando as cheias de rios e destruição nas cidades -, sofre influência do fenômeno meteorológico La Ninã, que trata-se de um resfriamento anormal, ou seja, temperaturas abaixo do normal na superfície do mar.

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O La Niña leva chuvas acima da média desde o mês de outubro do ano passado para o Sul do Maranhão, região onde estão nascentes de rios, como Itapecuru e Mearim. “Tem chovido bastante, principalmente na cabeceira do rio Tocantins, e, por isso, os volumes de água estão bastante elevados”, destacou o meteorologista. “Se chove na cabeceira, cidades que estão a jusante, abaixo do rio, a tendência é elas tenham o volume desse rio aumentado”, diz Gunter e, consequentemente, vemos enchentes como a que devastou Mirador.

Ainda segundo o especialista, as chuvas também tem outros sistemas meteorológicos que podem favorecer chuvas por aqui. “Quando você tem um grande volume como a zona de convergência do atlântico sul adentrando no Estado do Maranhão pelo sul, ela consegue puxar as nuvens carregadas mais para cima, e isso foi o que aconteceu nesses últimos quatro, cinco, seis dias. Esses são sistemas que vêm e param, podem vir logo em seguida, essa é a condição atmosférica que ‘tava’ reinando”, explicou Gunter.

Estas condições devem permanece nos próximos dias, de acordo com as previsões. “A previsão climática indica que no próximo trimestre - janeiro, fevereiro e março -, todo o Estado do Maranhão deverá ficar acima do normal”, no que diz respeito às chuvas, segundo o meteorologista.

Com relação a São Luís e toda a região norte do Maranhão, ainda se vive um período de transição do período seco para o chuvoso. A meteorologia prevê chuvas intensas no norte do Estado no quadrimestre de fevereiro a maio de 2022.

Enchentes no interior

Cerca de 620 famílias em cinco municípios maranhenses estão desabrigadas ou desalojadas após as cheias dos rios que banham as cidades. Mirador, Grajaú, Barra do Corda, Jatobá e Paraibano já decretaram situação de emergência. Os rios que apresentaram maior elevação dos níveis foram Grajaú, Itapecuru e Tocantins.

O município de Mirador é um dos que mais sofre com a maior cheia do Rio Itapecuru, devido ao grande volume de água das chuvas dos últimos dias, o que trouxe uma devastação em residências e no centro comercial do município.

Por lá, várias pontes caíram, estradas cederam e o nível do água impede o tráfego das pessoas de um lado da cidade ao outro lado. Alguns trechos já tiveram o acesso liberado desde de ontem (6).

Cidade de Mirador debaixo d'água nos últimos dias. Foto: Divulgação/Prefeitura de Mirador.
Cidade de Mirador debaixo d'água nos últimos dias. Foto: Divulgação/Prefeitura de Mirador.

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