Investigação

Suspeito de assassinar publicitário alega que placa de carro foi clonada, mas polícia contesta versão

Segundo os investigadores, não existe nenhuma multa ou sinal de infração relacionados à placa do veículo, que indique clonagem.

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h07
(Foto: Reprodução/TV Mirante)

SÃO LUÍS - A Polícia Civil do Maranhão contestou, nesta quarta-feira (17), a versão dada pelo suspeito de assassinar o publicitário Diogo Adriano Costa Campos, na Lagoa da Jansen em São Luís. Em depoimento à polícia, Airton Campos Pestana alegou que teve a placa do carro clonada e negou ter sido o autor do crime. Mas, segundo os investigadores, a versão de que a placa do carro foi clonada é falsa, já que não existe nenhuma multa ou sinal de infração relacionados à placa do veículo, que indique clonagem.

"Isso é uma tese normal de defesa. Nós verificamos no site do Detran e verificamos que o carro não tem nenhum tipo de multa. E infelizmente ou felizmente, ninguém clona um veículo para andar bonitinho na rua. Geralmente deveria ter no mínimo uma ou duas infrações de trânsito", explicou o delegado Wang Chao Jen, da Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP), que está à frente das investigações.

O carro Argo vermelho, de placa PTJ-2844, aparece nas imagens de câmeras de segurança, com alguém atirando de dentro dele contra o publicitário Diogo Adriano. O homicídio aconteceu no fim da manhã dessa terça-feira (16) e teria sido motivado por uma briga de trânsito.

Após a polícia identificar o veículo usado no crime, foi possível identificar o proprietário do carro e chegar ao principal suspeito de ter praticado o homicídio, Airton Campos, que é filho do dono do veículo e é apontado como sendo a pessoa que estava dentro do carro e atirou no publicitário.

O carro foi apreendido nessa terça e está passando por perícia para detectar vestígios de pólvora. Já Airton está preso preventivamente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, após se apresentar na SHPP. O suspeito também deverá passar por perícia, para que seja confirmada a autoria do disparo.

"Nós estamos fazendo as diligências complementares para substanciar a autoria desse delito, ou seja, nós estamos com testemunhas que farão o reconhecimento do Diogo no local do crime. Além disso, nós vamos fazer a perícia no veículo para ver se tem vestígios de pólvora que possa indicar que houve disparos dentro desse veículo Argo vermelho", disse o delegado Wang Chao Jen.

Ainda de acordo com o delegado, nos próximos dias os investigadores irão analisar as câmeras de segurança dos prédios próximos ao local do crime, além disso novas testemunhas serão ouvidas para que a polícia esclareça o caso.

Entenda o caso

O publicitário Diogo Adriano Costa Campos, de 41 anos, foi morto com um tiro no pescoço, no fim da manhã dessa terça-feira (16), após uma discussão de trânsito na Lagoa da Jansen, em São Luís.

As imagens de câmeras de segurança mostram que o tiro que matou o publicitário saiu de dentro de um Argo vermelho, de placa PTJ-2844, após uma discussão entre o publicitário, que estava em um veículo Kwid, e o motorista do Argo.

A discussão teve início em um condomínio na Lagoa da Jansen, em São Luís, após o carro de Diogo Costa ter sido “fechado” pelo Argo. Em entrevista à Rádio Mirante AM, o delegado Wang Chao Jen disse que o homicídio aconteceu após uma longa discussão entre os motoristas, que terminou com o condutor do Argo vermelho atirando em Diogo Costa, que morreu no local.

Ainda na tarde de ontem, a Polícia Civil identificou o carro usado pelo assassino e conseguiu apreender o veículo. Durante a noite, Airton Campos Pestana, filho do dono do veículo e apontado como suspeito de ser autor crime, se apresentou na Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) acompanhado de um advogado, para prestar depoimento e foi preso preventivamente pela polícia.

Diogo Adriano Costa Campos tinha 41 anos e era sobrinho-neto do ex-presidente da República, José Sarney. Ele deixa uma filha.

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