Mobilidade

População aponta problemas do trânsito de São Luís e diz o que pode ser feito

Entre eles estão desrespeito e falhas na logística do trânsito.

Neto Cordeiro/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h50
Desrespeito e falhas na logística foram problemas apontados.
Desrespeito e falhas na logística foram problemas apontados. (Foto: Fabrício Cunha/ O Estado)

SÃO LUÍS – Começa hoje (18) a Semana Nacional do Trânsito, e o Imirante.com foi às ruas perguntar à população quais os problemas e o que deve ser feito para melhorar o tráfego no dia a dia. Motorista, motociclista, ciclista e pedestre, todos são taxativo quanto à falta de educação no trânsito da capital. Leia, abaixo, os depoimentos:

Motorista

Mão no volante. Juvêncio Martins conhece bem os problemas do trânsito de São Luís. A profissão de motorista pede, a cada minuto, um pouco mais de paciência. “Tem muito carro, e o trânsito está sobrecarregado. É preciso medidas que venham transformar, como o transporte alternativo, veículos sobre trilhos, para que as vias públicas sejam descongestionadas. Na Cohab, por exemplo, é insuportável. A gente perde mais 40 minutos para ir do Bequimão ao retorno da Forquilha, um trecho de poucos quilômetros”, explica.

Para Juvêncio, chegar aos compromissos na hora prevista é um missão bastante difícil. “Hoje, não dá para dizer que estará em tal lugar em horário X. A gente tem que se antecipar porque não dá para sabe o que vamos encontrar no trânsito, mesmo nos fins de semana”, diz. Ele acredita que um transporte público de qualidade poderia melhorar a situação. “Muita gente tira seu carro da garagem porque não aguenta andar num ônibus velho, maltratado, sem ar-condicionado. Se tivesse um meio de transporte confortável, eu acredito que as pessoas se desprenderiam mais de carro e as vias fluiriam melhor”, observa.

O vigilante Paulo Nunes critica a logística do trânsito na capital. “Tem coisa que não dá para entender. Por exemplo, tiram o retorno de onde a pessoa está acostumada a fazer e levam para longe, sem ter significância nenhuma. Outra coisa são sinais colocados em local errado, e o pior: tem sinal que não funciona. Precisamos de mais inteligência na engenharia do trânsito”, aponta.

Pedestre

Depois de chegar ao bairro Renascença em um ônibus lotado, a doméstica Uleide Reis diz que o trânsito está “insuportável” e “terrível”. “É engarrafamento, tanto carro, ninguém respeita sinal, ninguém respeita pedestre. A gente está na faixa e eles [condutores de veículos] vão passando”, afirma. Os problemas só levam a um caminho: o sonho do carro na garagem. “Falta meu carro. Ainda não tenho, mas vou ter para ver se eu saio desse engarrafamento. Ainda ando de ônibus lotado. A gente leva quase uma hora e meia na Integração, e, quando passa o ônibus, não dá para levar todo mundo. As sardinhas estão muito melhores do que a gente no ônibus. Vim em pé até aqui. Agora, estou guardando o segundo ônibus para ir ao trabalho”, relata.

Ciclista

“O trânsito é complicado, então a gente vai desviando de bicicleta”. É assim que o pedreiro Osvaldo Alves consegue chegar ao bairro Vinhais. Segundo ele, o trajeto, que começa no Sacavém, onde mora, poderia ser mais fácil e seguro se houvesse ciclofaixas. “Com certeza, seria melhor se tivesse ciclovia. Carro não iria encostar na gente. Eles devem ficar um metro e meio de distância, mas acabam ‘colando’ no ciclista. Então, a gente tem que andar na calçada. E, às vezes, nem isso tem”, reclama.

Motociclista

Perigoso e bagunçado foram características usadas por dois motociclistas para se referirem ao trânsito da cidade. “Está perigoso. As pessoas não têm responsabilidade. Elas dirigem de qualquer jeito e não respeitam o motoqueiro. É muita contravenção, muita coisa ilegal. Hoje, é mais lucro ter uma moto do que um carro porque, por exemplo, do Angelim para o Centro de moto são cerca de 15 minutos. Se for de carro leva uma hora”, ressalta o mototaxista Marcos Henrique. Ele, ainda, revela a satisfação do seu heroísmo diário. “Minha profissão é boa porque a gente ajuda, todo dia, muita gente a fugir do engarrafamento e conseguir chegar aos locais”, defende.

Também trabalhando sobre duas rodas, o vendedor Guilherme Gomes acredita que as melhorias virão com a reeducação no trânsito. “Hoje, é uma verdadeira bagunça. Ninguém respeita ninguém. O motoqueiro não respeita o motorista e vice-versa. Estou há um ano nessa profissão. Nunca sofri nenhum acidente, mas já vi bastante coisa que me deixa pensando em mudar de área. O problema do carro é, principalmente, o engarrafamento. A moto é que salva, tem uma facilidade maior. Mas em termos de educação, ninguém tem, nem o motoqueiro nem o motorista. São Luís precisa de uma reeducação”, observa.

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