SÃO LUÍS – A presença dos flanelinhas em vários pontos de São Luís incomoda muitos motoristas. Se por um lado os flanelinhas legalizados afirmam que respeitam os motoristas e até são dignos de confiança, por outro, a maioria dos motoristas da capital reclama da agressividade de muitos guardadores de carro.
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Uma motorista, que não quis se identificar, fala da revolta que sente em relação a muitos flanelinhas.
“Eles ficam nas rotatórias das avenidas, na frente da empresa onde eu trabalho, e eu me sinto coagida com a violência deles. Se digo que não tem dinheiro, eles faltam é me bater. Muitas vezes o carro até está limpo, mas eles jogam uma água suja mesmo assim. Eu tenho muito medo, já chegaram até a quebrar o vidro do meu carro”, diz a motorista.
Outra condutora afirma que já foi assaltada por um flanelinha na frente da empresa em que trabalha. “Morro de medo, a maioria deles é drogado e pra sustentar o vício acabam cometendo assaltos e furtos, como já fizeram comigo. Geralmente eu dou uns trocados pra eles não arranharem meu carro. É incrível como eles gravam a placa do nosso carro e sabem quem não dá dinheiro, aí eles vão e arranham o veículo, é revoltante”, explica.
A tensão entre motoristas e flanelinhas é antiga e tem resultado em ações mais severas da polícia para retirar os guardadores de carros que amedrontam a população. Para tentar amenizar o problema, foi criado um registro profissional para os flanelinhas junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Com esse registro, o profissional passa a ter permissão legal para atuar em determinada região.
Apesar da obrigação de legalização, vários guardadores de carros continuam na ilegalidade e, muitos agem de forma violenta caso não recebam pagamento dos motoristas.
De acordo com a polícia, entre as principais reclamações da população, está a cobrança abusiva por parte dos guardadores, o que é ilegal, pois não existe uma taxa definida e sim o comum acordo entre as partes.
A polícia já realizou várias ações para coibir a atuação ilegal de flanelinhas em São Luís, a última foi realizada no dia 15 de julho. A Polícia Civil retirou 21 flanelinhas que atuavam de forma irregular na Avenida Litorânea, Ponta d'Areia e São Francisco. Segundo a polícia, eles foram conduzidos para a Supervisão de Áreas Integradas para serem notificados.
De acordo com o delegado Joviano Furtado, mais de 70 flanelinhas irregulares já foram notificados, e o objetivo da operação é de disciplinar. “Existe uma lei que regulamenta a profissão desses trabalhadores, e nós fazemos notificações dos que não estão regularizados. Quem for notificado e for flagrado novamente será autuado pelo exercício ilegal da profissão. A gente busca disciplinar essas pessoas”, explicou.
A polícia pretende intensificar as fiscalizações nas áreas da Avenida Litorânea e Centro Histórico, que são locais de grande atuação de flanelinhas.
Em São Luís, apenas 600 flanelinhas são autorizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a exercer a profissão.
Para quem tem o registro profissional e afirma fazer o trabalho de forma agradável e correta, fica a revolta com quem macha a profissão.
“O que acontece é que, como em todas as profissões, existe gente que não presta. Esses que brigam com o motorista quando ele não quer pagar, que riscam os carros das pessoas, não são trabalhadores de verdade. Esses nunca vão querer ter nome e endereço no Sindicato dos Flanelinhas, porque sabem que o Sindicato trabalha em conjunto com a polícia, e muitos deles têm ficha na polícia. Hoje, só não tem registro quem não quer ter”, afirma o flanelinha José Reinaldo Diniz.
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