Flanelinhas

"Já fui assaltada por um flanelinha", afirma motorista

A maioria dos motoristas reclama da violência de muitos guardadores de carro.

Liliane Cutrim/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h52

SÃO LUÍS – A presença dos flanelinhas em vários pontos de São Luís incomoda muitos motoristas. Se por um lado os flanelinhas legalizados afirmam que respeitam os motoristas e até são dignos de confiança, por outro, a maioria dos motoristas da capital reclama da agressividade de muitos guardadores de carro.

 Alguns motoristas confiam em flanelinhas que trabalham há anos em determinadas áreas. Foto: Flora Dolores/O Estado
Alguns motoristas confiam em flanelinhas que trabalham há anos em determinadas áreas. Foto: Flora Dolores/O Estado

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Uma motorista, que não quis se identificar, fala da revolta que sente em relação a muitos flanelinhas.

“Eles ficam nas rotatórias das avenidas, na frente da empresa onde eu trabalho, e eu me sinto coagida com a violência deles. Se digo que não tem dinheiro, eles faltam é me bater. Muitas vezes o carro até está limpo, mas eles jogam uma água suja mesmo assim. Eu tenho muito medo, já chegaram até a quebrar o vidro do meu carro”, diz a motorista.

 Foto: Flora Dolores/O Estado
Foto: Flora Dolores/O Estado

Outra condutora afirma que já foi assaltada por um flanelinha na frente da empresa em que trabalha. “Morro de medo, a maioria deles é drogado e pra sustentar o vício acabam cometendo assaltos e furtos, como já fizeram comigo. Geralmente eu dou uns trocados pra eles não arranharem meu carro. É incrível como eles gravam a placa do nosso carro e sabem quem não dá dinheiro, aí eles vão e arranham o veículo, é revoltante”, explica.

A tensão entre motoristas e flanelinhas é antiga e tem resultado em ações mais severas da polícia para retirar os guardadores de carros que amedrontam a população. Para tentar amenizar o problema, foi criado um registro profissional para os flanelinhas junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Com esse registro, o profissional passa a ter permissão legal para atuar em determinada região.

 Foto: Flora Dolores/O Estado
Foto: Flora Dolores/O Estado

Apesar da obrigação de legalização, vários guardadores de carros continuam na ilegalidade e, muitos agem de forma violenta caso não recebam pagamento dos motoristas.

De acordo com a polícia, entre as principais reclamações da população, está a cobrança abusiva por parte dos guardadores, o que é ilegal, pois não existe uma taxa definida e sim o comum acordo entre as partes.

A polícia já realizou várias ações para coibir a atuação ilegal de flanelinhas em São Luís, a última foi realizada no dia 15 de julho. A Polícia Civil retirou 21 flanelinhas que atuavam de forma irregular na Avenida Litorânea, Ponta d'Areia e São Francisco. Segundo a polícia, eles foram conduzidos para a Supervisão de Áreas Integradas para serem notificados.

 Foto: Flora Dolores/O Estado
Foto: Flora Dolores/O Estado

De acordo com o delegado Joviano Furtado, mais de 70 flanelinhas irregulares já foram notificados, e o objetivo da operação é de disciplinar. “Existe uma lei que regulamenta a profissão desses trabalhadores, e nós fazemos notificações dos que não estão regularizados. Quem for notificado e for flagrado novamente será autuado pelo exercício ilegal da profissão. A gente busca disciplinar essas pessoas”, explicou.

A polícia pretende intensificar as fiscalizações nas áreas da Avenida Litorânea e Centro Histórico, que são locais de grande atuação de flanelinhas.

Em São Luís, apenas 600 flanelinhas são autorizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a exercer a profissão.

Para quem tem o registro profissional e afirma fazer o trabalho de forma agradável e correta, fica a revolta com quem macha a profissão.

“O que acontece é que, como em todas as profissões, existe gente que não presta. Esses que brigam com o motorista quando ele não quer pagar, que riscam os carros das pessoas, não são trabalhadores de verdade. Esses nunca vão querer ter nome e endereço no Sindicato dos Flanelinhas, porque sabem que o Sindicato trabalha em conjunto com a polícia, e muitos deles têm ficha na polícia. Hoje, só não tem registro quem não quer ter”, afirma o flanelinha José Reinaldo Diniz.

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