SÃO LUÍS - Isilene de Jesus Silva Pacheco, de 65 anos, e Maria do Perpétuo Socorro Peres Candeira, a Loura, de 37 anos, ex-companheira do policial civil "Jimmy Cliff", estão presas e falaram sobre o caso ao repórter Marcial Lima, da Mirante AM.
Elas seriam supostamente cúmplice, mandantes e isca na tentativa de homicídio contra o policial civil José Murilo Costa Ferreira, o Jimmy Cliff, de 57 anos, crime ocorrido na noite de terça-feira, 23, na Cohama. Além das mulheres, mais duas pessoas foram autuadas em flagrante. Paulo Roberto Ribeiro, o Paulinho Matador, de 27 anos, suspeito de ser um dos atiradores e Gustavo Coimbra Gomes, o Coco, de 24 anos. Por causa das prisões já efetuadas, a equipe de investigadores chegou a ser ameaçada de morte pelos traficantes ainda foragidos.
Embora tenha afirmado conhecer os traficantes citados nas investigações, Isilene negou qualquer participação no atentado contra o policial. "Sou inocente e vou provar a minha inocência. Estava morando em Manaus e voltei recentemente. No dia do crime, estava na casa do meu paí e não participei de nenhuma comemoração'. Eu não sou assassina e não vendi minha casa por R$ 18 mil para pagar pistoleiro. Sou uma mulher honesta, trabalho como funcionária pública - garantiu.
A "Loura afirmou que desde conheceu o policial "Jimmy Cliff" a sua vida não teve mais paz. "Murilo era uma pessoa de difícil convivência. Nós brigavámos bastante", garantiu. Ela disse que depois do atentado contra o policial a sua vida mudou. "Eu não tive mais sossego. Estou em pânico. Isso aconteceu no meu salão, o meu local de trabalho. Perdi meus clientes. Eu não piso mais os pés ali", relatou.
Questionada de envolvimento com um traficante do Maiobão, identificado como Ernani, ela disse que o delegado Ednaldo Santos, que fez a acusação, terá que provar. "Loura" confessou que não mandou matar o policial e se tivesse que matá-lo faria sozinha. Durante a conversa, "Loura" confessou que já está morta.
Segundo o delegado Ednaldo Santos, da Delegacia Especial da Cidade Operária (Decop), todo o quebra-cabeça está montado, faltando apenas localizar o restante do grupo, cuja maior parte já tem mandados de prisão expedidos pela prática de outros crimes.
- Paulinho Matador já pratica homicídios desde os 12 anos e sempre teve Coco como seu maior cúmplice. Isilene Pacheco é mãe do traficante Paulo Victor, morto em fevereiro de 2010 em confronto com o investigador Jimmy Cliff. Ela vendeu uma casa por R$ 18 mil e contratou o grupo, liderado pelo também traficante Ernani – irmão de Redenção, outro traficante que também morreu em um confronto com o policial -, para matar nosso colega. Sabemos também que Loura atraiu a vítima ao local da emboscada - disse o delegado Ednaldo Santos.
Durante os interrogatórios, os suspeitos não confessaram participação na tentativa de homicídio contra o investigador - alvejado com nove dos quase 20 disparos efetuados pela dupla que o atacou na porta do Salão da Loura, no Residencial Pinheiros. A atitude dos presos, de acordo com o delegado que investiga o caso, tem uma justificativa. “No mundo do tráfico, quem confessa acaba entregando seus líderes e paga com a vida pela traição”, disse o delegado.
Ameaça
Assim que tomou conhecimento da prisão dos quatro suspeitos, os traficantes, ainda foragidos, ligaram para a Decop. Em um boletim de ocorrências, o delegado Ednaldo Santos registrou que um homem (não identificado) proferiu a seguinte frase: “A guerra só começou. Os próximos a morrer serão Almir e Valter”. Conforme revelou o delegado, as pessoas citadas são o chefe de capturas da Decop e um agente penitenciário.
A ousadia dos traficantes, segundo a polícia, não intimidará a equipe policial, que trabalha para localizar nas próximas horas mais três suspeitos de terem dado suporte logístico para a ação criminosa contra Jimmy Cliff. Entre eles está Ernani [segundo informações fugiu para o Rio de Janeiro]. “Estes bandidos que ainda estão foragidos chegaram a comemorar com foguetes, em um churrasco, no bairro Vila Vitória, a morte do nosso investigador. O grupo já está desarticulado, mas a perseguição permanece”, garantiu Santos.
A emboscada
Jimmy Cliff foi surpreendido por dois homens armados de pistolas calibre 380, que estavam em uma moto de cor alaranjada. Os bandidos efetuaram cerca de 20 disparos contra o policial civil, que no momento do atentado chegava ao portão da casa da ex-companheira, na Cohama, com quem tem uma filha de dois anos. Horas antes do crime, a vítima ligou para Loura, com quem travou uma forte discussão ao celular. O policial avisou que estaria indo a sua casa naquele momento, quando foi baleado.
As quatro pessoas presas - Paulo Roberto Ribeiro, o Paulinho Matador; Gustavo Coimbra Gomes, o Coco; Isilene de Jesus Silva Pacheco e Maria do Perpétuo Socorro Peres Candeira, a Loura - foram autuadas ainda pelo crime de formação de quadrilha e serão encaminhados, após a conclusão dos interrogatórios, para o Complexo de Pedrinhas. O policial Jimmy Cliff continua internado, mas está fora de perigo.
Saiba Mais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.