SÃO LUÍS - A denúncia de que o camarão vendido em feiras e mercados de São Luís estava com formol e de que o pescado também está sendo monitorado pela Vigilância Sanitária reduziu as vendas nesta semana em que é tradição o consumidor comer peixes e mariscos. Ontem, fiscais da Vigilância Sanitária Municipal percorreram feiras e descartaram a adição do formol em peixes e mariscos. A operação prosseguirá até a próxima semana.
O médico veterinário coordenador da Ação de Pescados da Vigilância Sanitária Municipal, Marcony Edson Silva de Matos, realizou fiscalização no Mercado Central, no Centro, e descartou irregularidades nos produtos expostos. Ele acredita que houve um equívoco na análise feita pelo Laboratório de Tecnologia Química da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) de amostra coletada, no fim de março, de camarões vindos do município de Cururupu, a qual identificou indícios de formol no crustáceo.
“Tradicionalmente, o aditivo adicionado por vendedores de peixes e mariscos é o bissulfito de sódio e não formol. Em uma pequena dosagem, a substância não é prejudicial à saúde. Ela é utilizada na lavagem do camarão a uma dosagem de 00,1% por litro de água”, afirmou Marcony de Matos, acrescentando que o formol, conforme portaria, só pode ser vendido com autorização e o custo de um litro do produto gira em torno de R$ 300,00.
Ele alertou que o formol, se adicionado aos mariscos e pescados, poderá estragar todo o produto e o feirante terá prejuízos. Já o consumidor, ao ingerir, pode ter graves queimaduras na boca, garganta, esôfago e no sistema gastrointestinal. O formoaldeído também possui propriedades corrosivas. Se a vítima que ingerir estiver consciente e não apresentar convulsões, o ideal é tomar até dois copos de água para diluir o produto. Não é recomendado se induzir o vômito”, frisou o médico veterinário. “Não há nenhuma reclamação na Vigilância Sanitária Municipal de pessoas que passaram mal após ingerir camarões ou peixes comprados em feiras e mercado de São Luís”, esclareceu.
Marcony de Matos informou que a compra pela Vigilância Sanitária Municipal de um equipamento, na Malásia, servirá para detectar a presença de substâncias químicas nos pescados e mariscos, como por exemplo o formol. A solicitação da compra já foi feita, segundo o coordenador, e o equipamento deverá chegar em 15 dias. A inspeção nas feiras e mercado também ocorrerá durante a noite. Ontem, foram vistoriadas as feiras do Bairro de Fátima, da Camboa e do Cruzeiro do Anil.
Pouca demanda - Feirantes reclamam da pouca demanda dos consumidores por pescados e camarões e de queda nas vendas na ordem de 60% nesta Semana Santa. A expectativa é da volta dos consumidores até amanhã.
“A expectativa era vender uns 80 quilos de peixes e camarões, mas até o momento [no fim da manhã de ontem] consegui vender apenas 20 quilos, em plena Semana Santa. Espero que essa realidade mude, senão, vamos ficar no prejuízo”, disse Domingos Nunes da Silva. O feirante comercializa peixe e camarão no Mercado Central há mais de 20 anos.
Consumidores que costumam manter a tradição da Semana Santa de comer peixe garantem que vão mantê-la, mas, antes de levar o produto para casa, querem fazer uma boa pesquisa. “Tem um feirante aqui no Mercado Central, que é meu compadre, que, com certeza, não vende peixe ou camarão com formol”, disse a dona-de-casa Ana Claudia dos Santos.
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