Motim

Mercenário russo volta-se contra Putin, que se diz traído

Presidente da Rússia fala em "facada nas costas".

Ipolítica, com informações da Reuters

Atualizada em 24/06/2023 às 09h17
Yevgeny Prigozhin fla sobre ações do grupo na Rússia
Yevgeny Prigozhin fla sobre ações do grupo na Rússia (Reprodução/Twitter)

MOSCOU - A Rússia acusa o chefe mercenário Yevgeny Prigozhin de incitar um motim armado nesta sexta-feira, 23, alegando, sem fornecer provas, que a liderança militar matou um grande número de seus combatentes em um ataque aéreo e prometendo punição.

O presidente Vladimir Putin enfrenta uma das maiores crises domésticas desde o envio de soldados à Ucrânia em fevereiro do ano passado, em uma operação militar especial, conforme detalhes ainda não esclarecidos.

Com o impasse entre Prigozhin, líder da milícia Wagner, e o Ministério da Defesa se intensificando, o ministério emitiu um comunicado refutando as acusações de Prigozhin, considerando-as infundadas e provocativas.

Putin classificou a rebelião como "facada nas costas" e prometeu punir quem trair as Forças Armadas. Ele fez um pronunciamento à nação neste sábado (24).

O discurso de Putin aconteceu horas depois de Prigozhin afirmar que quer depor o comando militar da Rússia e tomar o controle de instalações militares de duas cidades russas. Entenda o caso mais abaixo.

Após a declaração de Putin, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, se manifestou novamente e afirmou que o presidente russo está errado ao acusá-lo de traição. Prigozhin negou que suas ações fossem um golpe militar, mas em uma série frenética de mensagens de áudio, cuja veracidade não pôde ser confirmada independentemente, insinuou que sua milícia de 25.000 homens estava se dirigindo a Moscou para confrontar a liderança do Ministério da Defesa.

Ele declarou: "Aqueles que mataram nossos soldados, causando a morte de dezenas de milhares de russos, serão punidos. Peço que não ofereçam resistência".

"Somos 25.000 e vamos investigar a causa do caos no país", disse ele, prometendo confrontar qualquer posto de controle ou forças aéreas que se interpusessem no caminho do Wagner.

No sábado, Prigozhin afirmou que seus homens cruzaram a fronteira da Ucrânia para a Rússia e estavam prontos para ir "até o fim" contra as forças militares russas.

Prigozhin alegou que os combatentes do Wagner chegaram à cidade de Rostov, no sul da Rússia, em uma gravação de áudio postada no Telegram.

A segurança em Moscou está sendo reforçada, com foco nos locais governamentais e infraestrutura mais importante da capital, de acordo com a agência de notícias Tass.

O Serviço de Segurança da Rússia (FSB) abriu um processo criminal contra Prigozhin por incitar um motim armado, um crime passível de até 20 anos de prisão.

O FSB rebateu: "As declarações de Prigozhin são, de fato, apelos para iniciar um conflito civil armado em solo russo, e suas ações são uma traição às costas dos militares russos que lutam contra as forças ucranianas pró-fascistas".

O procurador-geral da Rússia informou Putin sobre o processo criminal acusando Prigozhin de motim, segundo o porta-voz do Kremlin.

O general do Exército Vladimir Alekseyev fez um apelo em vídeo pedindo a Prigozhin que reconsiderasse suas ações, enfatizando que apenas o presidente tem o direito de nomear a liderança máxima das Forças Armadas.

O general Sergei Surovikin, vice-comandante das forças russas na Ucrânia, a quem Prigozhin já elogiou no passado, também instou o Wagner a "parar".

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