Derrota da esquerda

Direita vence eleição no Chile e poderá redigir nova Constituição

Direita ficou com 33 cadeiras no conselho que fará a nova Constituição e a esquerda não terá votos suficientes para vetar medidas.

Ipolítica, com informações da Folha de S. Paulo

Presidente Gabriel Boric sofreu derrota significativa no Chile
Presidente Gabriel Boric sofreu derrota significativa no Chile (Andrés Diaz/PR Chile)

CHILE - A direita foi a grande vencedora da eleição do conselho que discutirá a nova Constituição do Chile. Trata-se de uma dura derrota acumulada pelo presidente Gabriel Boric, de esquerda.

O pleito ocorreu no último domingo (7). Com quase 100% das mesas apuradas, o Partido Republicano conseguiu o maior número de representantes (22 dos 50 conselheiros). Em segundo lugar, veio o grupo governista de esquerda Unidad para Chile (17 vagas). Na sequência, apareceu a lista Chile Seguro, da direita tradicional (11 vagas).

Um candidato indígena ficou com a 51ª cadeira. Não havia um sistema de "cotas" para indígenas, mas, se os dois postulantes nessa condição conseguissem ultrapassar 1,5% dos votos totais, o mais votado se somaria aos outros 50, que foi o que como aconteceu.

A coalizão de centro-esquerda Todo por Chile e o Partido de la Gente, não conseguiram nenhuma vaga, assim como os três candidatos que concorreram de forma independente.

Somando as listas, o bloco de chapas de direita terminou com a maioria absoluta de 33 cadeiras, mais do que as 31 necessárias para aprovar mudanças. Por outro lado, a esquerda não conseguiu as 21 que precisaria para vetar eventuais medidas com as quais não concorde.

A votação teve ainda grande número de votos nulos e brancos, que ultrapassou 2,2 milhões, mais de 21% do total.

O pleito foi realizado em 38.665 seções eleitorais distribuídas em 2.932 locais de votação em todo o Chile.

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Nova Constituição

Os 51 membros do Conselho devem redigir uma nova proposta de Constituição para substituir a promulgada durante o regime ditatorial do general Augusto Pinochet.

O conselho receberá em junho um pré-projeto que está sendo escrito por 24 especialistas, principalmente juristas, e vai debatê-lo até outubro. Após alguns trâmites, a proposta de Carta passará por um novo plebiscito em dezembro deste ano.

Além de partir de uma base, esses conselheiros terão de respeitar 12 princípios já acordados, como a constatação de que o Chile é uma república democrática, com um Estado unitário, descentralizado e formado pelos Três Poderes.

Também já é consenso que Banco Central, Justiça Eleitoral, Ministério Público e Controladoria são independentes. 

Esta eleição, com voto obrigatório, foi considerada uma régua da popularidade de Boric, desgastado pelo fracasso da última tentativa e por outras derrotas políticas recentes. 

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