BRASÍLIA - A Aliança Democrática (AD), coligação liderada pelo Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, venceu as eleições legislativas de Portugal, realizadas neste domingo. A vitória sobre o Partido Socialista (PS), de esquerda, ocorreu por pequena margem de diferença.
Já o partido de direita Chega, obteve expressiva ascensão, aumentando significativamente o número de cadeiras no Parlamento, o que marcou o pleito deste domingo.
A eleição ocorreria somente em 2026, mas foi antecipada depois que o então primeiro-ministro António Costa, do Partido Socialista, renunciou ao mandato depois de ter sido acusado de corrupção.
A Assembleia da República, como é chamado o Parlamento português, tem 230 deputados. Os legisladores eleitos neste domingo é que vão escolher um novo governo. Com 99% das urnas apuradas, haviam sido definidos 226 nomes, do total de 230.
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Parcial
Até o último boletim de resultado parcial da eleição, a divisão entre os três partidos que lideram a corrida ficou exatamente desta forma:
Aliança Democrática (AD) - 79 parlamentares (antes, os três partidos que agora formam a aliança tinham 77);
Partido Socialista (PS) - 77 parlamentares (antes, tinha 120);
Chega (de extrema direita) - 48 parlamentares (antes, tinha 12).
Mesmo sem que estivesse definido o número exato de cadeiras de cada partido ao término da apuração, era possível assegurar que nenhum deles fez a maioria.
De acordo com o jornal português "Público", a AD só conseguirá formar maioria se fizer uma aliança com o Chega. Ainda segundo a publicação, o PS não conseguirá conceber nem mesmo um governo de coalizão, caso conte somente com outras siglas de esquerda.
O líder da AD, Luis Montenegro, disse neste domingo que o partido deverá agir de forma responsável. Não ficou claro se a coligação de centro-direita vai fazer uma coalizão com a extrema direita. Já o líder do PS reconheceu a vitória da AD.
Nos últimos meses, políticos das duas legendas AD e PS, foram denunciados por esquemas de corrupção. Nesse cenário, o Chega, de extrema direita, teve uma votação significativa. Nas eleições anteriores, por exemplo, o partido havia tido 7,2%.
Há apenas um ano, Portugal tinha um dos governos mais sólidos e estáveis da Europa, formado por maioria absoluta, ou seja, uma única sigla, o PS, tinha mais de metade dos assentos, uma raridade nos sistemas parlamentaristas do continente.
Os anos de crise financeira profunda e da chamada "geringonça" – o pacto inédito entre socialistas, comunistas e esquerda radical em 2015 – haviam ficado para trás.
Bastaram alguns meses, no entanto, para a instabilidade voltar a tomar conta do país: em novembro, o primeiro-ministro António Costa, do PS, renunciou — após o Ministério Público anunciar que ele era investigado em um caso de corrupção.
Entretanto, semanas depois, o próprio MP reconheceu que havia errado; o acusado não era o primeiro-ministro, mas sim um homônimo. A renúncia fez Portugal antecipar as eleições, que só aconteceriam em 2026.
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