Câmara

General Gonçalves Dias depõe na CPI dos Atos Antidemocráticos

Gonçalves Dias foi flagrado por câmeras de segurança dando instrução a invasores no 8 de janeiro e depois disso pediu demissão do governo Lula.

Ipolítica, com informações de O Globo

Ex-ministro Gonçalves Dias prestou depoimento em CPI nesta quinta-feira
Ex-ministro Gonçalves Dias prestou depoimento em CPI nesta quinta-feira (Divulgação)

BRASÍLIA - O general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), presta depoimento na manhã desta quinta-feira (22) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). 

O colegiado investiga as invasões e depredações dos prédios públicos em Brasília no dia 8 de janeiro.

Gonçalves Dias chegou ao plenário da Câmara do Distrito Federal por volta das 10h10 e começou a ler um texto em que tratou da sua carreira no Exército e sobre a sua saída do GSI após, segundo ele, a "divulgação imprecisa e desconexa de vídeos gravados no interior do Palácio do Planalto":

“Sou general de Divisão do Exército Brasileiro. Concluí a Academia Militar das Agulhas Negras na arma da Infantaria em 1975. Possuo cursos de Forças Especiais, de Comandos, de Guerra na Selva, de Paraquedista, Aperfeiçoamento de Oficiais, Curso de Comando e Estado Maior, Curso de Política Estratégia e Alta Administração do Exército e de Segurança Presidencial”, disse.

Ele afirmou que no ano passado foi convidado para assumir o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. Disse que a posse de Lula (PT), em 1º de janeiro, transcorreu “dentro da normalidade” e contou que entre os dias 2 e 6, não teria havido "um único conflito de segurança capaz de chamar a atenção do público", disse Gonçalves Dias.

“Permanecia, contudo, a situação embaraçosa dos acampamentos de partidários do ex-presidente diante do Quartel General do Exército: algo que não deveria ter sido permitido, e o foi. O governo que assumia herdou a situação. Ela era incômoda, ilegal. Seja no governo, seja no comando das Forças Armadas e das forças federais de segurança, estávamos decididos a pôr fim àqueles acampamentos”, pontuou.

“Dia 6, portanto, já me encaminhando para encerrar o expediente no Palácio do Planalto, telefonei para o diretor-adjunto da Abin, Agência Brasileira de Investigação, o senhor Saulo Moura da Cunha. Troquei ideias genéricas sobre a segurança palaciana. Não falamos de nenhum esquema especial para o dia 8 de janeiro, domingo, porque não havia nenhuma informação que nos indicasse que ocorreria o que ocorreu. Deixei o Palácio do Planalto por volta das 18h”, completou.

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Inquieto

Gonçalves Dias afirmou que no dia 8 ficou "inquieto" e decidiu ir até o Palácio do Planalto.

“A viatura levou-me à cancela Leste do Palácio do Planalto. O general Penteado foi ao meu encontro. Perguntei a ele o porquê de o bloqueio da frente do Palácio do Planalto, que deveria ter sido feito pela Polícia Militar do Distrito Federal, não havia sido montado. Aquele era o bloqueio do Plano Escudo do Planalto e tinha de estar montado. Não estava. Inclusive, cobrei dele, com um palavrão, o motivo de o bloqueio do Plano Escudo não ter sido montado. O general Penteado, que não deu resposta à minha pergunta. Saiu para montar o bloqueio de proteção, porque dei-lhe a ordem”.

O ex-ministro rechaçou ter atuado em favor dos invasores e disse que os manifestantes conseguiram romper o cordão de isolamento da Polícia Militar. 

“Vi os manifestantes descendo do Ministério da Justiça para o Palácio do Planalto. Ao ultrapassarem a área do Estacionamento Oeste do Planalto eles encontraram uma tropa pequena do Batalhão da Guarda Presidencial, mas furaram esse bloqueio. Na avenida em frente do Palácio, a resistência da Policia Militar foi vencida. A partir de então, passaram a agir como se tivessem uma coordenação e atuaram como se fossem cercar o Palácio. Eu assisti a tudo isso no térreo do Palácio do Planalto. Claro que tive ímpetos de reagir, de confrontar. Contudo, readquirindo o autocontrole, concentrei-me na minha missão: não deixar que devassassem o núcleo central do poder palaciano, o gabinete do presidente da República, que fica no 3º andar”.

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