ALCÂNTARA – Muito se aguardava pelo lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-TLV no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, mas a decolagem não ocorreu mais uma vez, e a missão foi cancelada.
Por meio de rede social da Agência Espacial Brasileira (AEB), foi informado que a tentativa de lançamento não obteve êxito por causa de uma falha no acendimento do motor. “Não decolou, nem houve acidente. A operação foi abortada e as equipes serão desmobilizadas. Aguardaremos as análises da Innospace para definição de nova tentativa de lançamento”, explica o presidente da AEB, Carlos Moura.
“A AEB enaltece o trabalho de todos que contribuíram para que se chegasse até aqui. Há muitas lições aprendidas que serão incorporadas nas próximas missões. A saga continua. Como dizia Santos Dumont, a invenção é um trabalho teimoso. Aqui tem espaço!”, diz ainda a publicação.
Essa foi a terceira tentativa de lançamento, sendo a manhã desta quarta-feira (21) o prazo final, que é quando a chamada “janela” ainda estava aberta, pois a Terra está numa posição considerada ideal.
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Operação Astrolábio
Além de testar o funcionamento do foguete Hanbit-TLV, que é um lançador de satélites, a Operação Astrolábio leva ao espaço o Sistema de Navegação Inercial (Sisnav), desenvolvido por militares brasileiros com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Agência Espacial Brasileira (AEB), vinculadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação.
A Finep apoiou o desenvolvimento do Sisnav com recursos de quase R$ 40 milhões, destinados à Força Aérea Brasileira (FAB), em projetos executados entre os anos de 2005 e 2016.
De acordo com a pasta, o Sisnav é um experimento nacional para a navegação autônoma de foguetes, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço, da Força Aérea Brasileira (FAB), dentro do projeto Sistema de Navegação e Controle (Sisnac). A tecnologia fará parte do Veículo Lançador de Microsatélites (VLM).
“Com o lançamento, serão obtidos dados de voo que avaliam como o sistema se comportou em condições específicas de temperatura e pressão. Não haverá operação de resgate, pois os dados de voo serão coletados por telemetria. A carga útil pesa 20 quilos”, explicou o ministério, em comunicado. Será a primeira oportunidade de avaliar o comportamento da tecnologia em ambiente real de voo.
Todas as peças e equipamentos do foguete foram trazidos da Coreia do Sul e chegaram à cidade de Alcântara, no início de dezembro, cerca de 8 toneladas de componentes. “O sucesso da operação de lançamento vai demonstrar a capacidade nacional para lançamentos espaciais, gerar ganho de experiência para as equipes e inserção do país no mercado internacional”, destacou o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação.
Acordo de Salvaguardas Tecnológicas
O uso do Centro de Lançamento de Alcântara por empresas privadas e a retomada do Programa Espacial Brasileiro foi possível após a aprovação, pelo Congresso Nacional, do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre o Brasil e os Estados Unidos. A medida entrou em vigor em dezembro de 2019.
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