Homenagem

Militante do movimento negro recebe título de Doutor Honoris Causa

Mundinha já recebeu várias homenagens por instituições públicas, privadas e movimentos sociais.

Divulgação/ Uema

Atualizada em 27/03/2022 às 11h48
(Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - Na data em que se comemora o Dia da Consciência Negra (20), aconteceu a cerimônia de outorga do título de Doutor Honoris Causa à escritora, pesquisadora e militante do movimento negro, Maria Raymunda Araújo (professora Mundinha), título concedido pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), no auditório do Curso de Arquitetura e Urbanismo da instituição.

A homenagem foi prestigiada por intelectuais, autoridades políticas, membros de movimentos sociais, familiares da pesquisadora, convidados, diretores de Centro, professores, funcionários e alunos da Uema.

Maria Raymunda foi encaminhada à mesa de honra pelo diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), José Antônio Ribeiro de Carvalho, que fez o discurso inicial, apresentando a trajetória social, acadêmica e de militância da homenageada no movimento negro.

“A relevância de sua militância política no movimento negro a coloca como pioneira na realização do mapeamento dos quilombos e do trabalho como voluntária e autônoma, sobretudo no processo de investigação de temas para a história do negro no Maranhão. Há um reconhecimento de suas contribuições ao participar de projetos de pesquisa, seminários, simpósios e outros eventos em universidades, bem como em outras instituições relacionadas às questões sociais, políticas, culturais e históricas”, disse o professor.

Ele acrescentou ainda que Mundinha já recebeu várias homenagens por instituições públicas, privadas e movimentos sociais, dentre as quais a do Bloco Akomabu em 2013 e da VIII Feira do Livro este ano. “Por tudo que foi exposto, justifica-se a concessão do título a esta mulher, e melhor ainda, que seja hoje, quando se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra”, concluiu.

Em seguida, a secretária de Órgãos Colegiados Superiores, Maria de Fátima Pinheiro, fez a leitura do texto normativo que trata sobre a outorga do título e colocou uma simarra azul sobre os ombros de Raymunda Araújo. O reitor, por sua vez, fez a entrega do Certificado de Doutor Honoris Causa para a professora.

Raymunda agradeceu ao professor José Antônio pelo relato de sua trajetória e ao Consun, por ter sido unânime ao conferir-lhe o título. Além disso, fez agradecimentos aos familiares e demais presentes na cerimônia.

“Confesso-lhes que jamais me imaginei como centro e motivo de uma solenidade igual a esta, singularizada por borlas, capelos e vestes talares. Em tudo quanto fiz e continuo fazendo, não tive e não tenho objetivo de granjear para mim homenagens, porque sempre conferi ao meu trabalho o sentido de missão, como uma constante em minha vida”, declarou a pesquisadora.

“Agradeço a todos que vieram prestigiar este momento: meus familiares, amigos, membros do bloco Akomabu, militantes do movimento negro, Academia Maranhense e Vianense de Letras e aos meus companheiros de luta que já se foram. Mais uma vez, agradeço a Universidade Estadual do Maranhão”, salientou.

Já o reitor da Uema, ressaltou que o título representa a escolha de uma individualidade ilustre identificada por sua personalidade e postura na vida, obra, conhecimento e sabedoria, além da contribuição para o bem comum. “A trajetória de Maria Raymunda Araújo reflete as inquietações de uma pesquisadora que não se limitou ao tempo burocrático da vida acadêmica, nem se acomodou diante das dificuldades impostas no fazer ciência em nosso meio. Com persistência, continua seu trabalho missionário, catequético até, na difusão e valorização das tradições culturais do povo maranhense”, exclamou.

“As atividades exercidas por Mundinha, no decorrer de sua trajetória pessoal e profissional, e que lastrearam sua indicação, de tão honrosas, sozinhas já seriam suficientes para legitimar esta titulação. Seu currículo é pródigo, porém sucinto em registrar os muitos feitos e resultados nos campos político e social, que transcendem os limites do ente acadêmico e científico, e a posicionam como uma mulher universal, uma cidadã do mundo”, acentuou o reitor.

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