Sexo com Nexo

Sim, eu o traí. Mas quero solucionar o problema

(Um olhar sobre a infidelidade feminina)

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual.
Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

Bianca buscava por excitação há tempos. Para ela, a rotina e a estabilidade do relacionamento extrapolavam o que se pode chamar de monotonia e tédio. Atraída pela emoção e pela adrenalina de algo novo e proibido, ela acabou se envolvendo com Gustavo, um colega de trabalho.

Era pra ser apenas uma válvula de escape das responsabilidades conjugais. As pressões e deveres com a casa, os filhos e o marido sufocavam e esmagavam, palavras dela. Se aventurar em um relacionamento extraconjugal parecia uma forma prazerosa de escapar temporariamente dessas obrigações.

Mas a verdade é que ela buscava por validação. O Gustavo era o "fator externo" que satisfazia as suas necessidades emocionais e de autoestima. Ela se sentia mais valorizada e desejada quando recebia a atenção daquele homem aparentemente perfeito, a começar pelo simples fato de estar fora do seu relacionamento principal.

Problemas não resolvidos no relacionamento Bianca tinha aos montes, e inconscientemente era essa insatisfação que a impulsionava a procurar formas de preencher essas lacunas emocionais em outro lugar.

Embarcar conscientemente nessa aventura não era falta de compromisso ou de maturidade emocional, não. A literatura fala que pessoas que têm dificuldade em manter um compromisso ou lidar com conflitos interpessoais podem recorrer a relacionamentos extraconjugais como uma maneira de evitar lidar com essas questões de frente. Mas a Bianca insistia que esse não era o seu caso.

Numa viagem a trabalho (imersa em uma atmosfera de desconexão com o parceiro), após olhares capciosos, brincadeiras frequentes e uma sucessão de cá cá cá`s, bastou um impulso ou falta de autocontrole para que o esperado acontecesse - e em uma situação como aquela, onde as oportunidades se apresentam escancaradamente, Bianca não resistiu. Também não resistiu a cinco outros encontros ao longo dos últimos 2 meses. 

Independentemente da ausência de sentimentos românticos por Gustavo, a traição de Bianca ainda pode causar danos ao seu relacionamento - e ela sabe disso. Uma traição "sem amor" não justifica o comportamento infiel e não diminui o impacto sobre o seu parceiro traído.

Ela chegou no meu consultório resignada, buscando minimizar as consequências emocionais e morais de suas ações, a fim de tomar as melhores decisões sobre o futuro do seu relacionamento.

"Não penso em me separar. Eu amo o meu marido”.


 

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.