O novo Congresso

Um Congresso menos fragmentado, mas com o centrão fortalecido, emergiu das urnas no domingo. Em jogo, estavam um terço dos postos no Senado e todas as 513 vagas na Câmara. Há diferentes aspectos a considerar em relação a este novo desenho do parlamento.

O número de partidos com deputados federais eleitos caiu bastante em relação a 2018. Quatro anos atrás, 30 siglas conseguiram colocar representantes na Casa. Uma anomalia. Agora, foram 19. Mesmo ainda acima do ideal, essa redução de legendas, reflexo da cláusula de barreira e da proibição das coligações nas disputas proporcionais, é um acontecimento benéfico para a qualificação das relações entre o Legislativo e o Executivo.

O menor fracionamento diminui a necessidade de negociação no varejo da política, o que facilita a construção da governabilidade e, ao menos em tese, reduz o espaço para o toma lá dá cá.

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Não há sentido na manutenção de dezenas de partidos. Inexistem tantas linhas de pensamento diferentes que justifiquem esta desmedida quantidade de siglas.

Muitas legendas nanicas, é notório, foram criadas e subsistem apenas para funcionar como um balcão de negócios. A diminuição do número de agremiações, portanto, deve ser saudada.

Mais seis partidos, agora, não atingiram a cláusula de barreira. Com isso, não terão acesso ao horário obrigatório e ao fundo partidário. Assim, devem acabar incorporados ou partir para fusões.

Mesmo grupamentos mais robustos ensaiam movimentos para somar forças. É o caso do União Brasil e do PP, com 106 deputados eleitos. A consolidação é positiva por aglutinar grupos com ideologias e linhas programáticas semelhantes.

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Se a menor fragmentação é uma realidade e, à luz da ciência política, algo positivo, neste momento isso não vai significar, automaticamente, maior conforto para o Executivo.

Nas últimas legislaturas, o Congresso vem avançando em poder em relação ao Palácio do Planalto. É uma tendência nítida, por exemplo, no controle do orçamento e na distribuição das chamadas emendas de relator.

O centrão, regente dessa partilha de recursos, robusteceu-se nas urnas. O bloco elegeu 330 deputados, a maioria da Câmara. Seria ingenuidade crer que essa massa de parlamentares vai aceitar candidamente perder influência.

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No Senado, salta aos olhos o fortalecimento das siglas de centro-direita, que ocuparão 66 das 81 vagas na Casa.

O PL do presidente Jair Bolsonaro, grande vencedor da disputa pela Câmara, com 99 eleitos, terá 15 cadeiras.

Resta lógico que, se reeleito, Bolsonaro teria no Senado – até agora fonte de maior resistência ao governo – caminhos mais fáceis para encaminhar suas pautas.

Mesmo com um perfil mais conservador e alinhado à atual gestão no Planalto, o novo Congresso, a partir de 2023, não seria um fator inviabilizador de um eventual governo Luiz Inácio Lula da Silva.

O centrão, como mostra o seu histórico, prefere remar a favor da corrente, o que fez inclusive nas gestões petistas. Lula ou Bolsonaro, de qualquer forma, terá negociações duras pela frente para tocar a agenda proposta.

A sociedade deve ficar atenta para que os termos sejam republicanos.

Fusão para sobreviver

Cinco dos seis partidos que não atingiram a chamada cláusula de barreira nas eleições de 2022 negociam fusão para sobreviver no Congresso.

Sem rumo certo, PTB, PSC, Patriota, PROS e Solidariedade já discutem o futuro em conjunto. A única exceção é o Novo, que declinou de tratativas preliminares.

Em jogo está a continuidade de siglas que se tornaram nanicas na nova realidade do Congresso.

A regra da cláusula de barreira, instituída pela reforma eleitoral de 2017, não extingue os partidos por completo, mas busca reduzir a fragmentação pela asfixia financeira.

No ano passado, as seis legendas receberam recursos do fundo partidário que somam R$ 126 milhões. Mas não ganharão nada em 2023, caso permaneçam isoladas.

 

Rossini Corrêa eleito para a AML

Finalmente, a Academia Maranhense de Letras (AML) fez justiça ao escritor Rossini Corrêa e o elegeu na última quinta-feira, em primeiro escrutínio, para a Cadeira 2 da instituição, vaga com o falecimento do poeta Fernando Braga, que aliás nem chegou a tomar posse.

Rossini Corrêa, que obteve 24 dos 30 votos válidos, é maranhense, advogado, professor, poeta, pesquisador e ensaísta. É autor de vários livros, dentre eles “O modernismo no Maranhão”; “Gonçalves Dias e Ferreira Gullar: destinos da poesia brasileira”; “Formação social do Maranhão: o presente de uma arqueologia”; “Atenas brasileira”; e “Dois poemas dramáticos para vozes e violinos”.

Rossini Corrêa é bacharel em Ciências Sociais e Direito, mestre em Ciência da Religião e Direito Canônico, doutor em Direito Internacional e membro da Academia Brasiliense de Letras.

Prêmio Nobel da Literatura

Mais uma vez nem eu, nem você nem ninguém, só para relembrar a letra de uma antiga canção popular, acertou a escolha do vencedor do Prêmio Nobel da Literatura de 2022.

A vitória foi para a escritora francesa Annie Ernaux, de 82 anos, a 17.ª mulher Nobel da Literatura entre os 119 laureados da história do prêmio.

Nascida em 1940 em Lillebonne, na Normandia, num “cenário pobre mas ambicioso”, a escritora cedo iniciou “o seu trabalho literário que lida com a experiência de classe e de gênero”.

A autora descreve-se como “uma etnóloga de si mesma” e não como uma escritora de ficção.

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Embora já no ano passado o seu nome tivesse surgido entre os principais favoritos, e nas apostas deste ano aparecesse logo após Salman Rushdie, a nova Nobel da Literatura não esperava o prêmio.

Perante os temas que a autora vem abordando, nomeadamente o aborto (como em O Acontecimento, de 2000, “uma obra-prima”) e outras questões de gênero e de classe associadas à sua própria condição social de origem, o proletariado, o presidente do júri, questionado sobre a relevância política atual da obra da escritora francesa e sobre o peso que terá tido na atribuição do Nobel, frisou: “Concentramo-nos na literatura e na qualidade literária”.

Mas não deixou de vincar o alcance transversal da escritora. Ernaux faz “literatura para todos”, disse.

DE RELANCE

É hoje o Wine Celebration

Tudo pronto para o Wine Celebration 2022. O evento all inclusive acontece nesta sexta-feira, às 21h, no Palazzo Eventos, produzido pela AMZ Company, dos empresários Márcio Barbosa e Alípio Moraes.

O show exclusivo será do excelente cantor Daniel Boaventura. A proposta é aliar bons rótulos de vinho e gastronomia à música de qualidade.

Mais uma vez, a experiente sommelière paulista Gabi Frizon assinará a carta de vinhos da festança. Um time de peso de personalidades importantes ligadas ao mundo do vinho está desembarcando para o evento. Uma delas é Geovanini Dias Neves, diretor comercial da Rothschild Brasil, uma das marcas de luxo que estarão presentes.

 

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O time de chefs de cozinha também revela o alto nível gastronômico da iniciativa. Um deles é Rafael Bruno, pesquisador da cozinha de raiz maranhense e vencedor do Prêmio Dolmã 2022 como o melhor da região Nordeste. Também estarão presentes Warwick Trinta, Rafael Libério, entre muitos outros.

O Wine Celebration disponibilizará vinhos de rótulos tradicionais de países produtores como Argentina, Brasil, Chile, Espanha, França, Itália e Portugal. O consumo será ilimitado.

Cada nacionalidade de vinho contará com sua respectiva estação gastronômica.

Uma grande perda

A sociedade maranhense sofreu um duro golpe na manhã de ontem com o falecimento de uma das figuras mais queridas da cidade: Josete Sarney Costa Lobão.

Sepultada na tarde de ontem, Josete deixou viúvo o médico e ex-secretário de Saúde do Estado, Dr. Marival Lobão.

Ela era uma das irmãs do ex-presidente José Sarney.

Uma tentativa de reter "cérebros"

Um dos grandes desafios do Maranhão, desde sempre, é reter “cérebros”. Sem gente qualificada vivendo e trabalhando aqui, fica mais difícil melhorar a produtividade e alavancar o desenvolvimento.

Há diferentes formas de evitar a debandada de talentos. Uma delas é remunerando pesquisadores de ponta que atuam em temas estratégicos e produzem ciência com aplicação prática.

Essa é a aposta do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Recém-lançado, o edital do Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil tem justamente o objetivo de criar condições favoráveis para que os selecionados mantenham seus projetos aqui, junto a grupos e redes de excelência no estados.

A iniciativa vale tanto para profissionais ligados a instituições científicas, tecnológicas e de inovação quanto a empresas, em áreas de vanguarda.

O nosso Círio de Nazaré

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, participou da abertura da 30ª edição do Círio de Nazaré desta Capital, no bairro Cohatrac.

O Círio de Nazaré do Cohatrac é um dos maiores eventos religiosos do Maranhão. Este ano, o tema escolhido é “Santuário de Luz” e o lema “O que andais conversando pelo caminho?”. 

A programação segue até o dia 16 de outubro com terços da alvorada, missas, adorações, romaria, apresentações culturais, além da grande procissão que marca o encerramento dos festejos.

101 mãos, de zero a 100 anos

Eles fotografaram dezenas de mãos, de recém-nascidos a idosos. O resultado deu origem ao livro T E M P O – assim mesmo, em caixa alta e com espaços. Na publicação (que também virou exposição), os arquitetos Ana e Airton Cattani, casados há 43 anos, apresentam 101 imagens em preto e branco, identificadas apenas com as iniciais e a idade das pessoas.

As imagens nos convidam a refletir sobre nossa vida, a pensar na maneira como nossas mãos também podem nos representar e ser uma das características de nossa personalidade.

Dois anos de "História do Disco"

Todo mundo tem um álbum de música que marcou algum momento da vida. Foi justamente essa relação emocional que inspirou a criação, em Porto Alegre, do programa A História do Disco.

Comandado por Bruna Paulin, o podcast está celebrando dois anos no ar e figura na lista dos mais ouvidos do Brasil no segmento.

São 103 episódios e cerca de 6,5 mil minutos de conteúdo, o equivalente a mais ou menos 150 vinis.

Cada convidado traz um relato totalmente diferente de como se relaciona e consome música. E assim vai sendo contada a história de como as obras passam por nós.

O podcast já recebeu nomes como Tom Zé, Fernanda Abreu e Evandro Mesquita. Hoje, será a vez da banda gaúcha DeFalla. A gravação entra no ar no dia 12.

 

Seis décadas de James Bond

Primeiro filme de 007 foi lançado há exatos 60 anos, em outubro de 1962. O agente secreto 007 até nasceu nas páginas dos livros, mas ninguém duvida que seu verdadeiro lugar é no cinema. Foi na silver screen que o personagem de Ian Fleming se tornou um dos grandes ícones britânicos, da lendária interpretação de Sean Connery até o sucesso absoluto de Daniel Craig como Bond, James Bond.

Além de um martini batido, em celebração aos 60 anos dessa história, os fãs do espião do MI6 podem aproveitar para comemorar a data com a cinelist do Telecine dedicada a 007, com todos os 25 títulos estrelados por Bond.

Disponível para streaming dentro da plataforma Globoplay para os assinantes do Telecine, a seleção conta, assim, com as missões de Bond desde seu encontro com o Dr. No (Joseph Wiseman) até a mais recente aventura do espião nos cinemas, 007 Sem Tempo para Morrer, de Cary Joji Fukunaga, lançado em 2021 após inúmeros adiamentos por conta da pandemia de covid-19.

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Entre os outros 23 títulos, há produções de destaque como 007 Contra Goldfinger (1964), 007 Cassino Royale (2006) e 007 Operação Skyfall (2012), lado a lado com algumas operações nem tão bem sucedidas, como 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro (1974), 007 Na Mira dos Assassinos (1985) e 007 O Mundo Não é o Bastante (1999).

Com diferentes encarnações ao longo dessas seis décadas, Bond foi interpretado por Roger Moore, Sean Connery, Daniel Craig, Pierce Brosnan, Timothy Dalton e George Lazenby.

A lista deve continuar crescendo nos próximos anos, após a despedida de Craig em Sem Tempo para Morrer, mas ainda não está decidido quem herdará suas pistola e gravata borboleta.

Para escrever na pedra:

“Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade”. De Confúcio.

 TRIVIAL VARIADO

 A convite da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), o diretor do SENAI CIMATEC, Leone Andrade, esteve esta semana em São Luís para uma série de reuniões que trataram de parcerias estratégicas para o desenvolvimento do estado.

 No assunto: uma delas foi com o governador Carlos Brandão, que conheceu mais sobre os projetos do SENAI CIMATEC, da Bahia, uma potência na geração de tecnologia e inovações disruptivas. Em conjunto com o SENAI-MA, está sendo projetada a instalação de uma escola similar em São Luís. 

A propósito: o presidente da FIEMA, Edilson Baldez, levou ao governador um documento preliminar sobre a criação de um hub de hidrogênio verde no Nordeste.

Tem mais: dentro da agenda do ‘Pensar Maranhão, um fórum permanente de discussão, a FIEMA trabalha para fortalecer todo o ecossistema do estado e ainda ampliar a discussão para os governadores dos estados nordestinos, para as federações de indústria, empresas, universidades, instituições de pesquisa, entre outros.

O empresário Francisco Miguel Duailibe comemorou ontem, com a esposa Diana e os filhos, sua nova idade ouvindo a boa música da cantora Morgana, no restaurante Mamma.

Em tempo: ainda circularam por lá, Ana Lúcia e Amaro Santana Leite. Também foi visto usando um estiloso chapéu, o médico Phil Camarão com um grupo grande de parentes e amigos.

 

 

 

 

 

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