Inscrições abertas

CCVM realiza oficina "Território Corpo" a partir desta terça (8)

A oficina faz parte da programação do Mês Negro e da Diversidade do CCVM.

Na Mira, com informações da Assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h05
Oficina Tambor de Crioula.
Oficina Tambor de Crioula. (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - A partir desta terça-feira (8), começa a programação da quarta semana do "Território Corpo: Entre Brasil e África Negra", programa que o Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) realiza este mês como parte da programação do Mês Negro e da Diversidade no CCVM.

Os brincantes da cultura popular do Maranhão vêm enfrentando inúmeros desafios durante a pandemia, especialmente pelas brincadeiras populares serem algo coletivo e agregarem muitas pessoas.

Estas oficinas são uma oportunidade, tanto para os artistas que as realizarão, quanto para o público, que poderá matar a saudade de brincar e dançar junto, mesmo que seja cada um na sua casa.

Programação

Roda de Conversa 4: O Discurso Audiovisual sobre a Produção Negra em Dança
Carmen Luz (RJ) + Firmino Pitanga (BA) + João Nascimento (SP)
08/12 - terça, 19h às 21h

A roda propõe pensar sobre quais são as percepções do audiovisual brasileiro acerca das manifestações e corporeidades negras e o que provoca e caracteriza esses olhares, a partir das poéticas e dos discursos dos cineastas e coreógrafos convidados.

Carmen Luz é cineasta, coreógrafa, curadora, artista audiovisual e cênica. Escreve e produz documentários e filmes de videoarte e videodanças. É professora na Escola de Cinema Darcy Ribeiro e da Faculdade Angel Vianna. Fundou e é diretora artística e coreógrafa da Cia. Étnica de Dança. Foi diretora do Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro e do Centro Cultural José Bonifácio – Centro de Referência da Cultura Negra da Cidade do Rio de Janeiro.

João Nascimento é artista, pesquisador de cultura negra em diáspora e diretor das artes dos corpos sonoros e dançantes. Cineasta documentarista, realizou a direção, roteiro e trilha sonora do filme Danças Negras, premiado no edital SPcine 2019. É coordenador do Ponto de Cultura Afrobase, integra a Frente 03 de Fevereiro e é diretor-fundador da Cia.Treme Terra. Realizou a direção geral e musical de diversos espetáculos, entre eles, Pele Negra, Máscaras Brancas e Anonimato - Orikis aos Mitos Pessoais Desaparecidos.

Firmino Pitanga formou-se em Dança (UFBA), integrou o Balé do Teatro Castro Alves (BA) e é ex-integrante do Grupo de Dança Contemporânea da UFBA, com o qual representou o Brasil no II FESTAC (Festival de Artes e Cultura Negra Africana), realizado na Nigéria, em 1977. Em 1987, muda-se para São Paulo e cria a Cia de Dança Negra Batá Kotô. Nos últimos dez anos tem desenvolvido parceria com a Cia. Treme Terra, como diretor coreográfico e na preparação corporal do elenco em diversos espetáculos e no documentário Danças Negras.

Oficina de Caboclo de Pena

Jhonatan Oliveira (Bumba meu Boi de Maracanã)
09 a 12/12 - quarta a sábado, 19h às 20h

A partir da contextualização do personagem caboclo de pena na brincadeira de bumba meu boi, o artista irá trabalhar os movimentos corporais e técnicas de dançar do Caboclo de Pena do Boi de Maracanã: o gingado, giro, a dança no cordão, as paradas, os crivados. Abordará também aspectos da caracterização do personagem, como a rica arte da confecção das indumentárias, produzidas com penas de ema.

Jhonatan Oliveira tem 22 anos, 19 deles vividos como caboclo de pena de um dos mais populares grupos de Bumba meu Boi do Maranhão, o Boi de Maracanã. Neto de Mestre Humberto de Maracanã, herdou da família o gosto e dedicação à cultura popular. Atualmente, além de dançar,dedica-se a ministrar oficinas de dança do Caboclo de Pena. Já se apresentou em diversos estados brasileiros como Rio de Janeiro, São Paulo e Piauí. É um dos protagonistas de Caboclo de Pena (2019), documentário produzido pelo Centro Cultural Vale Maranhão, em que conta sua história e mostra sua arte no gingado.

ARAS-ÌTÀNS: Corpos, Histórias-danças de Rainhas de Blocos Afro

Vânia Oliveira (BA)
09 e 10/12 - quarta e quinta, das 16h30 às 18h

Aras-ìtàns (corpos-histórias) é um convite para se trilhar nas encruzilhadas rumo a algumas das cumeeiras que nutrem danças criadas por mulheres negras, apresentadas em diversos contextos de Blocos Afro de Salvador. Será uma vivência com danças, frutos das experiências da artista, em diálogo com as de outras mulheres, considerando os princípios estéticos, simbólicos, historiográficos e filosóficos dos contextos que movem a criação destas expressões.
Desaguando em análises e investigações de movimentos, criações de sequências coreográficas, compreensão dos aspectos rítmicos composicionais da/para cena e na relação corpo-contexto-cultura-identidade-política-sociedade, o encontro tem como objetivo a conscientização sobre a potência de transformação, de resistência, de (re)existência - cognitiva e criativa - que as mulheres negras possuem em seus diversos espaços e atuações.
Vânia Oliveira é mulher negra, filha e cumeeira de família negra, Candomblecista, Ekedi, Artivista, Foi Rainha do Bloco Afro Malê Debalê (2000 e 2006) e Princesa do Bloco Afro Ilê Aiyê (2001 e 2014). Doutoranda do Programa Multidisciplinar e Multi-institucional de Difusão do Conhecimento (UFBA); Mestra licenciada e Especialista em Dança pela Escola de Dança (UFBA) e Especialista em História Social e Cultura Afro-brasileira (UNIME), tendo como foco de pesquisas Danças de Blocos Afro de Salvador. É professora assistente e coordenadora do Grupo de Estudo, Produção e Criação em Dança(s) Afro, do Curso de Licenciatura em Dança da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).

Oficina Corpo em Diáspora

Luciane Ramos Silva (SP)
09 a 11/12 - quarta a sexta,10h às 11h

A partir de técnicas e poéticas oriundas da diáspora negra, principalmente formas não hegemônicas de abordar o corpo, a artista oferece procedimentos para instigar a imaginação, organizar estruturas motoras e provocar o movimento de cada participante de maneira íntegra, considerando que cada pessoa tem sua história. A proposta é imaginar tempos, energias, espaços, relações, de modo a criar sensos comuns, que longe de tornarem as pessoas iguais, fortalecerão as potências subjetivas de cada um.

Luciene Ramos Silva é artista da dança, doutora em Artes da Cena (Unicamp) e integrante da companhia de dança Anykaya Dance Theater (EUA). Tem especialização em diáspora africana pela Universidade de Maryland (EUA). Há dez anos, desenvolve projetos sobre corpo, cultura e colonialidade. Foi curadora de diversas mostras de dança, entre elas, Insubimissas (2018) e FIT (2018). É gestora do Acervo África, espaço de pesquisa sobre cultura material africana, e co-dirige a revista O Menelick 2Ato, publicação que aborda as sociedades do ocidente negro.

Oficina Tambor de Crioula

Regina Arcanjo (MA)
11 e 12/12 - sexta e sábado, das 16h30 às 18h

Coreira te convida para "baiar" tambor!

Os participantes irão vivenciar a tradição secular do tambor de crioula do Maranhão, patrimônio cultural imaterial brasileiro, desde 2007(Iphan). Com dança, ritmos e sotaques de uma roda de tambor, a artista, acompanhada por seu grupo, o Tambor de Crioula Sete Saias de São Benedito, irá apresentar os fundamentos desta dança-ritual.

Regina Arcanjo, natural de Codó (MA), é gestora em Turismo e Hotelaria, arte educadora, atriz, performer e coreira, desde 2014. Pesquisa a cultura de comunidades tradicionais e se apresenta junto a diversos grupos e artistas maranhenses. Participa, como intervencionista urbana de crochê, do Coletivo Linhas. A artista é também artesã da gastronomia maranhense, desde 2016, produzindo as Pimentas Régia.

Inscrições

Os interessados em participar das oficinas e roda de conversa, devem enviar nome completo, telefone e nome da roda de conversa que desejam se inscrever para o e-mail: contato@ccv-ma.org.br. A roda de conversa será transmitida pela Plataforma Zoom. Inscrições gratuitas. 80 vagas.

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