Preocupada

Gisele Bündchen se manifesta contra decisão do governo de extinguir reserva ambiental

A extinção da Renca poderá gerar uma série de conflitos com povos indígenas.

Ingrid García / Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h22
Pelo twitter a ex-modelo manifestou sua preocupação com a reserva ambiental.
Pelo twitter a ex-modelo manifestou sua preocupação com a reserva ambiental. (Foto: Reprodução)

BRASIL - Nesta sexta-feira (25), a modelo Gisele Bundchen manifestou seu apoio contra a decisão do governo de extinguir a Reserva Nacional do Cobre (Renca), com o seguinte tweet: "VERGONHA! Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados".

O governo federal publicou, na última quarta-feira (23), o decreto que extingue a Reserva Nacional de Cobre e Associadas (Renca), uma área de 47 mil quilômetros quadrados entre o Pará e o Amapá – o equivalente ao tamanho do estado do Espírito Santo. A região, que é rica em ouro e outros minérios, engloba também nove áreas protegidas, entre florestas estaduais, reservas ecológicas e terras indígenas.

O WWF-Brasil já havia feito o alerta. Em maio deste ano, a organização avisou que o governo pretendia liberar essa área para iniciativa privada – que estava proibida para a mineração desde 1984. É mais uma das medidas previstas pelo governo Temer para estimular o desenvolvimento econômico e engordar o PIB brasileiro.

A área conhecida como Renca engloba nove áreas protegidas: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d'Este.

Para o diretor executivo do WWF-Brasil, Maurício Voivodic, a liberação da atividade minerária neste local colocará em risco diversas áreas protegidas, podendo causar impactos irreversíveis ao meio ambiente e povos da região. "Além da exploração demográfica, desmatamento, perda da biodiversidade e comprometimento dos recursos hídricos, haverá acirramento dos conflitos fundiários e ameaça a povos indígenas e populações tradicionais", adverte.

O decreto 9142, assinado nesta terça-feira (22) pelo presidente Michel Temer, diz que a "extinção de que trata o art. 1º não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira".

A legislação ambiental brasileira proíbe a mineração em unidades de conservação classificadas como de proteção integral – destinadas exclusivamente à preservação dos recursos naturais. Já as unidades de uso sustentável permitem a atividade, desde que haja um Plano de Manejo que indique claramente quais as atividades permitidas. No caso das Terras Indígenas a proibição é total. O mesmo se aplica às Reservas Extrativistas.



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