Enquanto isso...

Realidade de clube-empresa ainda está distante no futebol do MA

No estado, apenas o Moto Club discute o assunto de forma aberta.

Thiago Bastos / Imirante Esporte

Atualizada em 26/03/2022 às 18h50
Sociedades no futebol maranhense no modelo empresa poderiam facilitar a captação de recursos junto ao torcedor
Sociedades no futebol maranhense no modelo empresa poderiam facilitar a captação de recursos junto ao torcedor

SÃO LUÍS – Enquanto clubes do futebol nacional, como Cuiabá (MT), Bragantino (SP), Botafogo (RJ) e, mais recentemente, Cruzeiro (MG) caminham para a administração de seus patrimônios a partir da lógica de clube-empresa, no futebol maranhense, a realidade é bem diferente. Os principais clubes do futebol local, em especial, Sampaio Corrêa, Moto Club e Maranhão Atlético ainda configuram com modelos considerados mais tradicionais de clubes.

No caso do Sampaio, por exemplo, o mesmo grupo político está na instituição há pelo menos uma década. O presidente do clube, Sérgio Frota, foi recentemente reeleito para mais um mandato, configurando sucessivas gestões no tricolor de São Pantaleão.

No Sampaio por exemplo o mesmo grupo político domina a gestão do clube há mais de uma década
No Sampaio por exemplo o mesmo grupo político domina a gestão do clube há mais de uma década

Além de não estar no mercado de ações, as decisões administrativas – ao contrário do que ocorre em empresas – estão à cargo principalmente de decisões de poucos gestores e mediante argumentos que, muitas vezes, não são técnicos.

Apesar disso, recentemente o presidente do clube, Sérgio Frota, disse ser à favor da medida e que o clube estuda a execução do modelo. No entanto, ao contrário do rival, o projeto ainda não saiu do papel nem mesmo para a aprovação dos demais membros da direção do clube.

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O Moto Club tenta caminhar em um sentido diferente. Com a iniciativa da Diretoria do clube, encabeçada pelo deputado e presidente do clube, Yglésio Moyses, e com o apoio do Conselho Deliberativo, o Moto Club tem dado os primeiros passos na transição de se tornar uma Sociedade Anônima de Futebol - SAF, o que vem sendo reforçado durante os encontros entre Conselho Deliberativo e Diretoria.

No Moto, o atual presidente é a favor do modelo SAF, que depende de aprovação interna
No Moto, o atual presidente é a favor do modelo SAF, que depende de aprovação interna

No dia 30 do mês passado, uma reunião foi realizada entre dirigentes e conselheiros. No entanto, o projeto ainda segue em fase embrionária.

Atualmente, a diretoria trabalha para resolver as pendências financeiras, jurídicas e administrativas herdadas de gestões anteriores. Com o modelo SAF, o Moto poderá inclusive efetuar recuperações extrajudiciais, centralizando seus pagamentos, renegociando valores e, ao mesmo tempo, mantendo certa margem de investimento.

Segundo o próprio clube, o Moto é o primeiro clube maranhense, e um dos primeiros do Brasil, ao lado do Vasco da Gama e o Cruzeiro, a iniciar o processo de transição para esse novo tipo de gestão. A proposta é uma das anunciadas pelo atual presidente após assumir a diretoria do time.

Os clubes que caminham no sentido de modernizar suas gestões dentro dos parâmetros mundiais se baseiam na nova modalidade de gestão dentro do futebol brasileiro, após a sanção da Lei nº 14.196/2021, que permite aos clubes de futebol ter um modelo de gestão enquanto empresas.

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