Relatório apresenta "movimentações suspeitas em contas" e "tentativa de obstrução" em acesso a documentos da FMF
Documento, produzido por interventora da entidade, com informações sobre a FMF e instituto foi enviado à Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.
SÃO LUÍS - Juntamente com uma equipe, a interventora da Federação Maranhense de Futebol (FMF), a advogada Susan Lucena, produziu um relatório preliminar sobre a atual situação da entidade que é gestora do futebol no Maranhense. Esse documento foi enviado ao juiz Douglas Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.
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A equipe do Imirante Esporte teve acesso ao documento, que, apesar de ter um caráter preliminar, traz à luz débitos da FMF de mais de R$ 20 mil de condôminio; foi também detectada “confusão” no quadro de funcionários da entidade junto com o Instituto Maranhense de Futebol (IMF); foi pedido também o bloqueio de contas bancárias e foram encontradas “movimentações suspeitas” nessas contas. O relatório denuncia também que o contador da FMF, responsável pelas atividades contábeis da entidade, tentou dificultar o trabalho da interventora e sua equipe na análises desses documentos.
“Em contato com Sr.º Klecyo Henrique, ele informou à Interventora que toda a documentação requisitada se encontra na posse da Federação. Em nova solicitação, a interventora requisitou novamente o envio da documentação, no que recebeu nova negativa, em clara obstrução aos trabalhos desempenhados”, diz trecho do documento.
Sobre as movimentações financeiras suspeitas, o relátório diz. “Cumpre destacar que conforme os extratos bancários colhidos houve movimentações suspeitas nas contas de ambas as instituições. Na conta de titularidade da FMF é possível constatar a efetivação de diversos saques na agência Itaú Personalité Calhau (5431) de quantias expressivas entre os dias 30 de julho de 2025 e 4 de agosto de 2025 nas rubricas “SAQUE DIN CARTAO AG 5431”, totalizando um montante de R$ 88.000,00 (oitenta e oito mil reais)”.
A interventora informa nesse relário que todas as informações ainda são preliminares e que a tendência é que nas próximas semanas outras informações sejam divulgadas e algumas ajustadas.
A equipe do Imirante Esporte entrou em contato com o presidente afastado da FMF, Antônio Américo e ele informou que não teve acesso ao documento e, portanto, não ia se pronunciar.
Entenda o caso
O Ministério Público do Maranhão ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) na Justiça do Maranhão contra a Federação Maranhense de Futebol (FMF) e o Instituto Maranhense de Futebol (IMF). Nessa ação, o MP acusa as entidades de irregularidades na gestão, falta de transparência e possível desvio de finalidade institucional. Segundo o MP, 17 dirigentes da federação - incluindo o presidente da FMF, Antônio Américo Lobato Gonçalves, e o presidente do IMF, Sílvio Arley Brito Fonseca -, foram denunciados.
Essa ação tramita na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís. O Ministério Público afirma que essa ação tem valor de causa fixado em R$ 2 milhões. A ação pediu ainda o afastamento dos dirigentes da FMF e do IMF e que seja feita a nomeação de administradores provisórios, o que já aconteceu.
Em nota, a FMF afirmou que “recebeu com incredulidade o pedido de afastamento de sua diretoria, protocolado pelo Ministério Público do Maranhão, uma vez que sempre colaborou de forma plena com as autoridades”. A entidade disse ainda que vai esperar ser notificada para exercer seu direito de defesa.
Ainda em sua nota, o MP-MA informa que as investigações tiveram início “após o recebimento de uma representação formal apontando que a FMF teria convocado, em janeiro deste ano, assembleias para votar contas da entidade e alterar o estatuto, sem oferecer acesso público a documentos essenciais, como balanços financeiros, atas, normas eleitorais e estatuto atualizado”.
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