História de campeão

Maranhense que entrou no UFC relembra sua trajetória até a elite

Caio Borralho volta às suas raízes e reencontra seu eterno mestre.

Eduardo Lindoso / Imirante Esportes

Atualizada em 26/03/2022 às 19h13

SÃO LUÍS – Chegar ao Ultimate Fighting Championship (UFC), a elite do MMA mundial, parece a coroação de uma trajetória, mas, na verdade, é o começo de uma história entre os maiores do mundo. E, antes de escrever essa nova página na sua vitoriosa carreira, o lutador maranhense Caio Borralho, 28 anos, valoriza, e muito, seu início nas artes marciais, ainda com seis anos, quando era apenas um moleque hiperativo, nas mãos do seu eterno mestre, o sensei Emílio Moreira. Hoje ele volta às suas origens em São Luís antes de partir novamente para os EUA, onde vai encarar pela frente muitas feras até chegar ao topo do UFC. E, mesmo diante dos desafios, Caio garante: “estou disposto a galgar esse caminho, subir a escadinha, degrau por degrau, vez por vez, fazer as lutas certas, e eu tenho certeza que eu vou ser campeão do mundo, logo, logo”. A meta do peso-médio (84 kg) agora é o cinturão.

Quando derrubou dois adversários, em um intervalo de menos de um mês, no Contender Series (espécie de reality show de lutas), produzido pelo comandante do UFC, Dana White, Caio Borralho estava entrando em um novo ciclo na sua carreira, e nesta semana, de volta a sua cidade, São Luís, ele retorna ao tatame onde tudo começou, no judô, com o sensei Emílio Moreira.

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O INÍCIO

“Eu iniciei nas artes marciais com seis anos, eu era um moleque com muita energia, hiperativo, e minha mãe queria arrumar algum jeito que eu gastasse a minha energia, que eu fosse disciplinado, de alguma maneira. Então ela ouviu que tinha um sensei na cidade, um senhor que dava jeito nessas crianças cheias de energia. Aí ela me levou para academia do sensei Emílio”, conta Caio, lembrando da iniciativa da mãe e do começo dos ensinamentos do seu eterno mestre.

A TRAJETÓRIA

Quando fala da sua trajetória a caminho do MMA, Caio lembra que foi Emílio Moreira, seu mestre de judô, que lhe incentivou a praticar, também, o jiu-jitsu, após ele perder uma luta, ao ser finalizado no chão. “A primeira arte marcial fora do judô que eu comecei, meio que obrigado pelo sensei. Eu perdi uma luta de judô, no chão, fui finalizado, e ele acabou falando que eu só continuaria treinando judô se eu treinasse jiu-jitsu junto. Então eu comecei a treinar jiu-jitsu, meio que contra o meu gosto”, relembrou o lutador.

O MESTRE

Com mais de 50 anos de profissão, o sensei Emílio Moreira não esconde o orgulho do aluno, que ela chama também de filho, e relembra do passado, mas não esquece também do presente, já que até hoje ele acompanha as lutas do pupilo campeão, dicas essas que ele gosta de falar que manda “até pelo zap”.

“Ele adquiriu o espírito do samurai, de competidor, e, principalmente a conduta, moral, que é o que embasa o judô. Hoje eu sou um torcedor dele", disse o mestre.

A ENTRADA NO UFC

Em seu retorno ao lar, para rever amigos, familiares e o seu mestre, Caio Borralho não poderia deixar de lembrar dos dias, mais precisamente três semanas, que mudaram a sua vida profissional. Ele falou sobre sua entrada no UFC. “No contender [ Contender Series ] essa oportunidade veio logo depois que eu ganhei o cinturão do maior evento da América Latina. Eu ganhei o cinturão dos 84 quilos, e logo depois disso eu assinei com um empresário, e ele conseguiu essa luta no contender.”, detalhou o campeão.

O FUTURO NA ELITE DO MMA

Por fim, com parte do seu objetivo cumprido, o maranhense agora projeta sua carreira dentro do maior evento de MMA do mundo. “Chegar ao UFC foi um caminho bem árduo, foi um clico, assim, de sete, oito anos, e agora vai ser p início do próximo ciclo. O meu sonho sempre foi ser campeão do mundo. E agora vou dar continuidade, começar ir bem nas lutas. Se manter no UFC hoje em dia é muito difícil, porque o nível é muito alto”, disse, Caio Borralho, já projetando as dificuldades, mas confiante que fará um bom trabalho entre os melhores, afinal, agora, ele também é um dos melhores.

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