Greve de rodoviários

Segundo dia de greve: São Luís continua sem ônibus nas ruas nesta sexta-feira (22)

Está prevista para a manhã de hoje a primeira audiência de mediação entre o SET e o Sttrema na sede do MPT-MA, em São Luís.

Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 19h22
Região Central da capital sem ônibus. Foto: Alessandra Rodrigues/Mirante AM.
Região Central da capital sem ônibus. Foto: Alessandra Rodrigues/Mirante AM.

SÃO LUÍS – A greve de motoristas e cobradores continua nesta sexta-feira (22), e nenhum ônibus saiu das garagens das empresas. Alguns usuários do transporte público saíram cedo de casa, novamente, e ficaram nas paradas.

No entanto, a movimentação já é menor hoje porque muita gente preferiu nem se arriscar. O transporte alternativo acaba sendo a opção mais viável em razão do valor mais baixo.

Em descumprimento à decisão da Justiça, que determinou a circulação de 90% da frota de ônibus, os rodoviários deflagraram a greve nessa quinta-feira (21) e mantêm a paralisação nas primeiras horas da manhã de hoje.

Movimentação na avenida Jerônimo de Albuquerque na manhã desta sexta. Foto: Reprodução/TV Mirante.
Movimentação na avenida Jerônimo de Albuquerque na manhã desta sexta. Foto: Reprodução/TV Mirante.
Movimentação na avenida dos Franceses na manhã desta sexta. Foto: Reprodução/TV Mirante.
Movimentação na avenida dos Franceses na manhã desta sexta. Foto: Reprodução/TV Mirante.
Movimentação na avenida Guajajaras na manhã desta sexta. Foto: Reprodução/TV Mirante.
Movimentação na avenida Guajajaras na manhã desta sexta. Foto: Reprodução/TV Mirante.

Ainda ontem o Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA) informou que será realizada, nesta sexta-feira, a primeira audiência de mediação entre o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) e o (Sttrema). A audiência está marcada para as 10h30, na sede do MPT-MA, em São Luís.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, o encontro será presencial, mas o acesso à sala de audiência será restrito, em função dos protocolos sanitários para evitar a propagação do coronavírus. A mediação será presidida pelo procurador do Trabalho Marcos Rosa, que ouvirá as partes envolvidas com o intuito de fomentar a negociação de um acordo extrajudicial.

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E, na tarde dessa quinta, o Sindicado dos Rodoviários voltou a se reunir para decidir sobre o futuro da greve. De acordo com o sindicato, até o momento, o sindicato patronal, SET, não encaminhou nenhuma contraproposta, que pudesse ser apresentada para a categoria. As negociações, seguem sem avanços. O sindicato afirmou, ainda, que o presidente da entidade, Marcelo Brito, estará presente na audiência de mediação, que ocorrerá nesta sexta.

"O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão reforça, que permanece aberto ao diálogo, para que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas, resolvendo de uma vez por todas, esse impasse e para que o transporte público, volte a operar normalmente em São Luís, evitando mais transtornos aos usuários do sistema", afirmou o sindicato em nota.

Conforme haviam anunciado no último dia 13, motoristas e cobradores cruzaram os braços para exigir da classe patronal os seguintes benefícios:

- 13% de reajuste salarial;

- jornada de trabalho de seis horas

- tíquete de alimentação no valor de R$ 800;

- manutenção do plano de saúde e a inclusão de um dependente;

- a concessão do auxílio-creche, para trabalhadores com filhos pequenos.

Motoristas e cobradores pedem reajuste nos salários. Foto: Douglas Pinto/TV Mirante.
Motoristas e cobradores pedem reajuste nos salários. Foto: Douglas Pinto/TV Mirante.

Decisão da Justiça

Após o anúncio da greve, a Prefeitura de São Luís informou, nessa quarta-feira (20), que garantiria a circulação de 90% da frota de ônibus em São Luís. A decisão liminar foi proferida pela desembargadora federal do Trabalho, Ilka Esdra Silva Araújo. Na decisão da Justiça, ficou determinado - tanto ao Sttrema quanto ao SET que:

  1. Fosse garantido o percentual mínimo de 90% da frota de ônibus em funcionamento, em todas as linhas e itinerários e em todos os horários, com os respectivos motoristas e cobradores em todos os horários;
  2. Não houvesse coação ou impedimento aos trabalhadores que não queiram aderir ao movimento de trabalhar;
  3. Não houvesse bloqueio das entradas/garagens das empresas prestadoras de serviço de transporte público municipal;
  4. Não fosse praticada qualquer tipo de greve, tal como “greve branca”, “operação tartaruga”, “greve de zelo”, “greve de ocupação”, “greve ativa”, “greve intermitente”, “greve seletiva” ou qualquer outra que venha a prejudicar a prestação do serviço público.

Em caso de descumprimento das medidas, a Justiça do Trabalho estabeleceu multa diária de R$ 50 mil ao Sttrema e ao SET.

Apesar da determinação judicial, a Grande São Luís amanheceu nesta quinta sem ônibus nas ruas. Nas primeiras horas da manhã, os usuários do transporte coletivo se encontravam nas paradas, amargando longa espera, já que não há nenhum coletivo circulando. Alguns passageiros desistiram e procuraram alternativas para chegar ao seu destino.

Paradas estão cheias em dia sem circulação de ônibus. Foto: Reprodução/TV Mirante.
Paradas estão cheias em dia sem circulação de ônibus. Foto: Reprodução/TV Mirante.

Por meio de nota, a Prefeitura de São Luís informou ontem que havia disponibilizado fiscais para que a decisão judicial fosse cumprida.

"A Prefeitura está com fiscais desde às 4h da manhã para garantir que o percentual mínimo da frota circule na cidade e que vai buscar as medidas necessárias para que a decisão judicial seja cumprida, uma vez que a população de São Luís não pode ser penalizada", disse a nota.

Avenida Guajajaras, em São Luís. / Foto: Alessandra Rodrigues/Mirante AM.
Avenida Guajajaras, em São Luís. / Foto: Alessandra Rodrigues/Mirante AM.

A Prefeitura de São Luís também afirmou que "por meio da Procuradoria Geral do Município, tendo em vista o descumprimento da decisão judicial - que garantia o percentual mínimo de 90% da frota de ônibus nas ruas - já acionou a Justiça do Trabalho para que os ônibus voltem a circular na capital. Dentre as medidas requeridas pela Prefeitura está a determinação de que o serviço seja prestado em sua totalidade, com 100% da frota em todas as linhas e horários, com imediato restabelecimento do serviço".

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