São Luís - O desrespeito às medidas de prevenção à Covid-19 em São Luís têm sido frequentes. É que muitos motoristas que atuam nas plataformas relatam que usuários sem máscara são comuns no dia a dia, mesmo com a pandemia em andamento. Com medo, parte dos condutores até recusa viagens de clientes sem o Equipamento de Proteção Individual (EPI). Porém, outra parcela alega não poder sequer se dar a este “luxo”, para não ter perdas no faturamento no fim do dia.
Segundo o presidente da Associação de Motoristas por Aplicativo do Maranhão, Augusto Ayres, há passageiros que ignoram as regras do termo de adesão ao serviço, que são claras quanto ao uso de máscaras e adoção de álcool em gel durante as viagens.
“São cláusulas que devem ser seguidas neste período da pandemia, legalmente instituídas. Inclusive os próprios aplicativos nos indagam sobre essa adequação com perguntas formatadas. Tudo isso foi feito no início da pandemia, mas muitos passageiros ignoram. Um dos aplicativos até pedem fotos para checar se os motoristas estão com máscara”, frisou.
Cerca de 70% dos passageiros que atendo estão sem a proteção. Como dizer que não vou levar? Se eu barrar todo mundo, volto para casa até mesmo sem o dinheiro para a gasolina. As mulheres, principalmente, não gostam de usar, por causa da maquiagem e não querem borrar” Luís Gustavo Costa, motorista de aplicativo
É muito comum passageiros exigirem que o motorista ligue o ar-condicionado do veículo, mas estando sem máscara. “Eles se recusam, pelo fato de representar riscos. Aqui em São Luís temos notícias da morte de, pelo menos, dois motoristas por aplicativos, vítimas da Covid-19. É complicado, uma vez que é preciso respeito às regras e tudo é para a nossa proteção, pois sabemos que a pandemia continua e ninguém sabe onde o vírus está e se está se fortalecendo, com essas cepas que aparecem”, destacou Augusto Ayres, acrescentando que há situações em que o motorista reclama do motorista por escrito para o aplicativo como represália quando ele exige o uso da máscara.
Luís Gustavo Costa, que há um ano roda para os apps, sente dificuldade nas corridas durante o dia, por causa do calor, e também à noite. “Cerca de 70% dos passageiros que atendo estão sem a proteção. Como dizer que não vou levar? Se eu barrar todo mundo, volto para casa até mesmo sem o dinheiro para a gasolina. As mulheres, principalmente, não gostam de usar, por causa da maquiagem e não querem borrar”, contou.
Há dois anos e meio trabalhando por meio de aplicativos de transporte de passageiros, Rubens Diniz apostou em um conjunto de medidas para se proteger do novo coronavírus. Além da máscara e do álcool em gel, ele instalou, no início da pandemia, uma divisória acrílica, separando condutor e passageiro. “Mas, depois, quando a coisa melhorou, eu tirei, mas nem por isso afrouxei os meus cuidados. De cada 20 clientes, dois estão sem máscaras. Recuso a corrida e nunca fui punido por isso. Sou do grupo de risco e o cuidado tem que ser redobrado”, disse.
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