BRASÍLIA - O item que se tornou essencial na vida de todos para diminuir o contágio pelo novo coronavírus também pode prejudicar o meio ambiente, caso seja descartado de forma incorreta. Após quase um ano de pandemia, estima-se que o Brasil possa descartar mais de 12,7 bilhões de máscaras de tecido, levando em conta que cada uma delas pode ser lavada até 30 vezes e que um brasileiro possui, em média, cinco delas.
Segundo o Instituto Akatu, o peso total de 12,7 bilhões de máscaras equivale a 4,7 mil elefantes africanos (o maior animal terrestre do planeta) ou a 7,9 mil ônibus urbanos. Em volume, essa quantidade de resíduos seria suficiente para preencher mais de 9 mil apartamentos de 50m² ou para encher 457 piscinas olímpicas.
"Máscaras de pano, cirúrgicas ou descartáveis podem estar contaminadas e, mesmo após a higienização, recomenda-se o descarte no lixo comum. Este cuidado é muito importante: o ideal é descartar todo tipo de máscara no lixo comum, não no lixo a ser reciclado, para evitarmos uma possível contaminação dos lixeiros e trabalhadores em cooperativas de reciclagem", destaca a coordenadora de conteúdos do Instituto Akatu, Larissa Kuroki.
"É importante lembrar: nunca jogue fora máscaras no chão ou na rua para não ocorrer possíveis contaminações nem prejudicar o meio ambiente", completa Larissa.
Para utilizar esse objeto da melhor maneira e ajudar a proteger o meio ambiente, o consumidor deve primeiro pensar na escolha do melhor material, passando pela limpeza, conservação, até chegar no descarte, instrui o instituto, que ainda destaca outros pontos importantes:
Escolha da máscara
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de máscaras médicas ou cirúrgicas, como os modelos NP95 e PFF2, para profissionais de saúde, pessoas com sintomas sugestivos de covid-19 e aqueles que cuidam de casos suspeitos ou confirmados. A máscara cirúrgica profissional também é recomendada para indivíduos com mais de 60 anos ou de qualquer idade que tenham comorbidades, como doença cardiovascular ou diabetes, doença pulmonar crônica, câncer, doença cerebrovascular e imunossupressão.
Quem não faz parte dos grupos citados, o melhor é usar as máscaras de tecido para evitar o desabastecimento em hospitais e postos de saúde. “Elas levam vantagem em relação às descartáveis sintéticas, de uso único, justamente por minimizar a geração e o acúmulo de resíduos no planeta”, alerta o Akatu.
A recomendação da OMS é que as máscaras de pano tenham três camadas de tecido: a camada exterior deve ser de material resistente à água (polipropileno e/ou poliéster); a do meio, de material sintético ou algodão, para agir como filtro; e a interior, de material que absorva a água, como o algodão.
Desde janeiro, está proibido, na França e na Alemanha, o uso de máscaras de pano. Os países passaram a exigir o uso das profissionais por toda a população, como forma de prevenção contra as novas variantes do coronavírus. A OMS e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mantêm a recomendação de máscaras de tecido para todos, exceto profissionais da saúde e grupos de risco.
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