O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), após a previsão pelo Consórcio Nordeste – do qual o estado faz parte – da chegada de 1 milhão e 145 mil doses de vacinas Sputnik V ao Brasil, no dia 28 deste, mês adota cautela e não aponta data para o início do uso do imunizante russo na vacinação local.

De acordo com o gestor, em resposta a questionamento de O Estado durante coletiva virtual realizada ontem (20), é necessário confirmar a “chegada concreta” das doses ao Brasil. “Quando elas chegarem, examinarmos a distribuição para os estados, em que condições jurídicas de liberação da Anvisa essas vacinas chegarão. Aí, evidentemente, nós vamos transmitir as informações”, afirmou.

Segundo ele, o governo acompanha todo o processo legal de liberação e transporte das doses. Ele ratificou o interesse do governo estadual em usar o imunizante. “Nós estamos procedendo ao diálogo final entre os estados, o Ministério da Saúde, a Anvisa e o Governo da Rússia para que haja esta chegada”, disse Dino.

Ainda em tom de cautela, o governador lembrou que, por ora, o imunizante ainda não está com liberação integral para o uso no país. “Nós não temos, ainda, a liberação total da Anvisa. Houve uma liberação para uma espécie de fase de testes”, disse.

No dia 17 de março deste ano, o governador Flávio Dino, em meio à ausência de maior oferta de vacinas para a aplicação no estado, assinou contrato com o Fundo Soberano Russo, responsável direto pela negociação entre o país europeu e os estados da Região Nordeste. Em paralelo, outros grupos como o Consórcio Brasil Central acompanhavam à distância o desfecho das negociações.

Extensão

No mês seguinte, o Governo Federal requereu a extensão do prazo para a análise sobre a importação da Sputnik V, em resposta ao encaminhamento feito anteriormente pelos estados do Nordeste no Supremo Tribunal Federal (STF). Por esta razão, no dia 7 de maio deste ano, o governador Flávio Dino – ao anunciar à época a flexibilização das medidas de restrição sanitária – informou que o Estado (via Procuradoria-Geral), ingressou com nova peça no Supremo.

“Nós não estamos pedindo ao Supremo que ele imponha como a Anvisa vai decidir. O que nós queremos saber se é um caso de adenovírus replicante ou se é um vírus político implicante”, disse Dino na ocasião.

A medida foi uma resposta à ação anterior da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que, por sua vez, no dia 28 de abril, não aprovou a importação do imunizante. Posteriormente, após novo pedido de estados e envio de equipe técnica para avaliação da estrutura física, na Rússia, pela Anvisa e encaminhamento de novos documentos, a agência liberou o imunizante sob condições específicas. Dentre as exigências, está a importação de lotes por fábricas supervisionadas pela Anvisa.

A liberação da Anvisa ocorreu no dia 4 do mês passado. Desde então, apenas os estados do Nordeste – já que o Consórcio Brasil Central desistiu da compra da Sputnik V no dia 10 do mês passado de forma oficial - demonstraram interesse no transporte das vacinas.

Mais

De acordo com o Consórcio Nordeste, as doses serão desembarcadas em Recife (PE). Sobre isso, o governador disse que, a princípio, o Maranhão observará o uso por outros estados. “Nós estamos vendo isso com os estados, a previsão é de que na próxima semana cheguem as primeiras doses, para que haja este acompanhamento na aplicação, para que a Anvisa faça a liberação final”, afirmou.

Reunião definirá envio da vacina russa ao Brasil

Representantes do Consórcio Nordeste devem se reunir hoje (21), às 14h, com membros do Fundo Soberano Russo para tratar da chegada das vacinas Sputnik V com montagem de cronograma completo. A previsão inicial é de recebimento a partir do dia 28 deste mês, no entanto, questões burocráticas estão pendentes e podem ser resolvidas no encontro.

Em paralelo, o grupo de governadores do Nordeste encaminhou ontem (20) ofício ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, requerendo a inclusão da Sputnik V no Plano Nacional de Imunização. Segundo o grupo, o imunizante “é necessário para a ampliação da vacinação contra a Covid-19 no país”.

O Estado procurou o Ministério da Saúde para saber acerca de possível resposta sobre o pedido dos gestores do Nordeste. Até o fechamento desta edição, não houve retorno.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.