Impacto

Maranhão é quinto com menor aumento no preço dos combustíveis

Com valor médio do litro da gasolina de R$ 5,35, maio de 2021 foi o 12º mês consecutivo com elevação de preço; sucessivas altas impactam alimentação e meios de transporte

Bárbara Lauria / Equipe O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Placas exibem preços de combustíveis em posto da capital maranhense
Placas exibem preços de combustíveis em posto da capital maranhense (alta da gasolina)

São Luís – De acordo com uma pesquisa mensal realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Maranhão é o quinto estado com menor aumento no preço dos combustíveis. Apesar de uma das menores variações, com uma média de R$ 5,35 o litro da gasolina, maio representou o décimo segundo mês consecutivo em que a variação dos preços gerou aumento.

Em relação ao Diesel e ao Etanol, o estado apresenta valores em média de R$ 4,40 e R$ 4,65, respectivamente. O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão (Sindcombustíveis-MA), Leopoldo Santos, explicou que a baixa na variação acontece devido a alta competitividade no estado. “Temos muitos postos de abastecimento, principalmente na capital, então dificilmente os donos dos postos poderão aumentar muito os valores”, disse.

Mesmo sendo o estado do Nordeste com o menor preço da gasolina, a variação de maio foi maior em comparação ao mês anterior, afetando, principalmente, motoristas de aplicativo. “É complicado, ainda mais para quem trabalha como motorista como eu e que precisa de combustível para trabalhar”, contou Antônio Oliveira. De acordo com a ValeCard, maio representou uma variação de +1,64%, enquanto em abril a variação foi de 0,18%.

De acordo com Leopoldo Santos, o aumento do preço dos combustíveis está relacionado, principalmente, pelos reajustes da Petrobras, a pauta ICMS e os impostos federais e estaduais. “Além dos fatores que já conhecemos, recentemente tivemos um aumento do etanol, o que influência no preço da gasolina, pois a que é comercializada nos postos, possui etanol dentro”, explicou.

Efeito Cascata

Esse aumento do preço dos combustíveis, principalmente do Diesel, essencial para caminhões e transportes de grande porte, afetou outros setores como a alimentação e o consumo de bens.

Como um efeito cascata, o aumento do combustível também eleva o preço da transportação de produtos e do valor que ele é vendido para a população. Em abril, no Brasil, O preço dos alimentos aumentou 15%, no acumulado desde o início da pandemia, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A alta do diesel também pode causar reajustes na passagem transporte público. Com doze aumentos consecutivos dos preços, em São Luís, a tarifa de ônibus passou por um aumento de R$ 0,30 ainda em fevereiro deste ano. Com o reajuste, o valor das linhas integradas passou de R$ 3,40 para R$ 3,70 e as linhas não integradas de R$ 2,95 para R$ 3,20. Mais de 550 mil pessoas são usuárias do transporte público todos os dias em São Luís.

Motoristas de Aplicativo

Outro grupo que tem sido afetado pelo aumento dos preços é o de motoristas de aplicativos. Após duas manifestações pedindo a isenção dos impostos estaduais e federais, e o aumento do valor das corridas, o grupo alega que a dificuldade para trabalhar permanece.

“Muitos já estão há três meses sem rodar devido o aumento dos combustíveis. Já alguns que ainda rodam devem parar caso o preço aumente mais 50 centavos. Esse é o nosso meio de trabalho, além do combustível temos gastos com revisão do veículo e aluguel, e muitas vezes a corrida não compensa. Como vamos continuar a trabalhar com esses valores?”, relatou Augusto Ayres, presidente da Associação de Motorista de Aplicativos (Amap – MA), que ainda informou que o grupo está se mobilizando para tentar conter os aumentos.

Ainda durante a pandemia da Covid-19, para ajudar esse grupo, o Governo do Maranhão criou o Auxílio-Combustível, uma ajuda de custo, que varia entre 60 e 300 reais, de acordo com a área de atuação e a atividade do profissional.

Fala Povo – O que você acha sobre o aumento de preços dos combustíveis?

João Paiva, 43 anos

“Infelizmente não podemos colocar o pé para barrar o aumento, porque temos que consumir, e a gente tá numa crise econômica, principalmente por causa da pandemia. Então se houvesse alguma medida para aliviar seria o ideal, pois não são só ricos que usam carros. Muitos precisam para manter a renda”.

Reginaldo Salustiano, 37 anos

“Venho de São Paulo, onde a gasolina está mais barata, então tenho achado difícil esse valor. Talvez com a isenção dos impostos ficasse mais viável”.

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