Sem acordo

Edivaldo Jr. livra-se de prestar depoimento na CPI da Covid

Acordo firmado entre senadores em reunião definiu que não haverá a convocação de qualquer prefeito ou ex-prefeito no bojo da CPI na Casa; ex-gestor havia recebido convocação com surpresa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(Edivaldo Júnior)

SÃO LUÍS - O ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (sem partido), não vai precisar prestar depoimento à CPI da Covid, no Senado Federal.

A convocação dele havia sido requerida pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), mas foi barrada ontem junto com a possibilidade de convocação de qualquer prefeito ou ex-prefeito de capital, num acordo firmado entre os senadores numa reunião secreta realizada pela manhã.

Mesmo após o acerto para não convocar prefeitos de capitais, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) ainda insistiu em chamar os chefes dos executivos municipais, o que o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) classificou como "oportunista".

"Vossa excelência estava lá [na reunião secreta] e escutou o que nós acordamos. Vossa excelência age sorrateiramente”, criticou.

Marcos Rogério (DEM-RO) discordou do entendimento do presidente da CPI.

"O acordo que fizemos foi em relação a procedimento. Não sobre pessoas. O critério foi onde houve operações da polícia federal”, pontuou.

Relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), e o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), rejeitaram o acordo.

"Não fiz acordo para convocar governador, muito menos prefeito porque não é da competência do Senado Federal fazê-l”, afirmou Calheiros.

Cobiça Fatal

No documento apresentado à CPI, O senador Alessandro Vieira pedia que o ex-prefeito de São Luís desse explicações sobre fatos investigados pela Polícia Federal no âmbito da Operação Cobiça Fatal, desencadeada no ano passado, contra supostas fraudes em processo de aquisição de máscaras cirúrgicas descartáveis objetivando desviar recursos públicos federais que deveriam ser usados no enfrentamento da pandemia na capital.

Em manifestação nas redes ainda na noite de terça-feira, 25, Edivaldo Júnior se disse surpreendido com rumores sobre uma possível convocação para prestar esclarecimentos a respeito da sua gestão na pandemia, mas afirmou não ver “problema algum” no pedido, porque não é investigado no caso.

“Não sou e nunca fui investigado, portanto não tenho o meu nome manchado por qualquer conduta que me desabone como cidadão ou gestor público. Como ex-prefeito, com tranquilidade me coloco à disposição para ajudar no que for necessário para informar sobre as medidas que adotamos para o enfrentamento da pandemia em São Luís”, disse.

Presidente do Consórcio Nordeste é convocado

Ao lado de outros nove governadores, o presidente do Consórcio Nordeste, Welington Dias (PT), governador do Piauí, também foi convidado pela CPO da Covid para depor.

Ele deve prestar esclarecimentos sobre o pagamento antecipado, efetuado pela entidade, de mais de R$ 48 milhões por 300 respiradores que nunca foram entregues pela empresa HempCare Pharma. O dinheiro também não foi devolvido.

Um inquérito que apura o caso já foi compartilhado com a CPI, a pedido do senador Eduardo Girão (Podemos). Ele também já solicitou que o secretário-geral do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, seja convidado a prestar depoimento, pois é investigado pelo MPF por suspeita de haver negociado o desvio de 30 desses respiradores para a prefeitura de Araraquara (SP), governada pelo petista Edinho Silva.

Segundo o MPF, “o Consórcio Nordeste firmou contrato com a empresa Hempcare Pharma Representações LTDA para o fornecimento de 300 respiradores, mas, para viabilizar a negociação, teria exigido a doação de 30 respiradores ao município de Araraquara”.

Dos 300 respiradores negociados na malsucedida tentativa de compra, 30 seriam destinados ao Maranhão, que pagou, também antecipadamente, R$ 4,9 milhões por 30 cada um deles –custo unitário de R$ 164.917,86.

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