Artigo

Susto & solução

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16

Desde o início da pandemia temos ouvido, como um mantra, pela mídia, “fique em casa”. Certamente você, caro leitor, tenha obedecido. Mas há uma categoria de pessoas que não dá ouvido para esse conselho, os larápios. Para eles não existe coronavírus, só pode, tamanha a desenvoltura como agem, dia e noite.

Na semana passada fui acordado com uma notícia de que haviam furtado os portões de alumínio de uma casa que possuo, que está em reforma, para locação.

Os vizinhos, preocupados, enviaram fotos e vídeos da casa sem os portões. Pelas câmeras de TV, vimos que em minutos, dois homens com habilidade e precisão de MacGyver, arrancaram os portões e saíram, a pé, carregado-os na cabeça. Tamanha desenvoltura da dupla beira a deboche, cientes da impunidade.

Me encaminhei até lá, vi a casa devassada, tudo no aberto. Ao falar com vizinhos próximos, ninguém viu e nem ouviu um só barulho que denunciasse o furto. Atônito, a observar a cena, pensando em como estamos vulneráveis, quando se trata de Segurança Pública, em nossa cidade. Faz tempo que perdemos a batalha para a bandidagem no Brasil. Orientado pela vizinha, que passara pelo mesmo problema, no mesmo bairro, me encaminhei à 4ª Delegacia de Polícia, para registrar um Boletim de Ocorrência.

Cético e reticente quando o assunto é procurar autoridades da área de Segurança Pública, por achar que nunca se tem êxito, resolvi ir. Na delegacia, narrei o ocorrido, fiquei sabendo que o meu era o sexto arrombamento, no mesmo bairro, em curto espaço de tempo. Saí da delegacia ainda mais cético quanto ao desfecho do caso. Andei por toda a cidade, cotando preço para comprar novos portões, já que a casa ficara totalmente aberta, e sabendo que arcaria com o prejuízo.

Como Deus existe, sou um homem de fé, vi as coisas se engrenarem. Os vizinhos ao verem meu infortúnio, se solidarizaram, criaram um grupo de WhatsApp, para a troca de informações. Alguns deles, mesmo morando lado a lado, nunca haviam se cumprimentado, quiça, se falado. Agora, estavam todos unidos, tentando me ajudar. Um jovem morador, oficial da Polícia Militar, acionou a ronda noturna; todos os dias em que casa ficou no aberto, os policiais passaram por lá, dando cobertura.

Dois dias depois, a TV Mirante noticiou o ocorrido, em telejornal; populares identificaram um dos furtadores, com parte do portão. Ele devolveu-o após uma sova dos transeuntes. Recebi as imagens da surra do larápio pelas redes sociais.

O hábil e rápido trabalho da equipe da 4ª DP, chegou até o receptador, que foi levado à delegacia, onde se comprometeu pagar pelos portões furtados.

Tudo resolvido, os portões voltaram para seu local de origem, pagos pelo receptador. Retornei à 4ª DP, para agradecer o bom desempenho e rápido trabalho do delegado Márcio Diminicci e toda sua eficiente equipe.

Narro esse fato, após susto e transtorno, para dizer que é importante procurar as autoridades competentes, pagas com nossos impostos, para nos dar segurança. É necessário que se restabeleça a confiança nos agentes de Segurança Pública.

A eficiente ação da Polícia, ao chegar ao receptador, quebra a espiral do crime, no bairro Cohafuma, pelo menos por enquanto.

O ocorrido só teve esse desfecho porque consegui reunir pessoas do bem, com iniciativa e boa vontade, que deram o melhor de si. Unidos somos fortes. Está provado que se ficar “o bicho come, se correr o bicho pega. Se unir o bicho foge”.

Me entristece vê como conseguimos inviabilizar nossa cidade, e por medo, ficamos refém de bandidos, achando que isso é normal. Isso não é normal. Temos que mudar essa realidade, afinal, São Luís continua sendo nossa Ilha do Amor.

Juntos fazemos uma cidade, edificamos uma sociedade; se não nos unirmos não haverá saída para as graves crises que estamos vivendo.

Luiz Thadeu Nunes e Silva

Engenheiro agrônomo, palestrante, cronista e viajante: o sul-americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 143 países em todos os continentes

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