Economia

Energia eólica chega a 18 GW de capacidade instalada no Brasil

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica, o Maranhão se destaca entre 12 estados produtores de energia a partir da força dos ventos, com 15 parques e 172 aerogeradores para a geração de 426 MW

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Complexo Eólico Delta Maranhão, localizado nos municípios de Paulino Neves e Barreirinhas gera 426 MW de energia
Complexo Eólico Delta Maranhão, localizado nos municípios de Paulino Neves e Barreirinhas gera 426 MW de energia (Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica, o Maranhão se destaca entre 12 estados produtores de energia a partir da força dos ventos, com 15 parques e 172 aerogeradores para a geração de 426 MW)

SÃO LUÍS - A energia eólica acaba de atingir a marca de 18 GW de capacidade instalada, em 695 parques eólicos e mais de 8.300 aerogeradores. Os dados foram divulgados Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), instituição que reúne cerca de cem empresas da indústria eólica, incluindo fábricas de aerogeradores, de pás eólicas, operadoras de parques eólicos, investidores e diversos fornecedores da cadeia produtiva. O Maranhão se destaca entre 12 estados produtores de energia a partir da força dos ventos, com 15 parques e 172 aerogeradores para a geração de 426 MW.

O Complexo Eólico Delta Maranhão, localizado nos municípios de Paulino Neves e Barreirinhas, é a primeira usina eólica do estado. Possui capacidade instalada de 426 MW e é composto por 15 empreendimentos, divididos em: Delta 3, que iniciou as operações em 2017; Delta 5 e 6, que entraram em operação em 2018; e Delta 7 e 8, com início da operação comercial (COD) em outubro de 2019.

“Há exatos dez anos, em 2011, tínhamos menos de 1 GW de capacidade instalada e cá estamos nós comemorando 18 GWs no início de 2021. É um feito impressionante, fruto não apenas dos bons ventos brasileiros, mas também de uma indústria que se dedicou a construir fábricas, trazer e implantar novas tecnologias e que se tornou muito competitiva”, explica Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica.

A eólica é a segunda fonte de geração de energia elétrica no Brasil e, em dias de recorde, já chegou a atender até 17% do País durante todo o dia. Veja, abaixo, a matriz elétrica brasileira por fonte. Os valores de eólica abaixo consideram as usinas em operação e as que operam em testes autorizados pela Aneel.

“Se olharmos para o futuro, nossa previsão é que, até 2024, considerando apenas os leilões já
realizados, teremos cerca de 28 GW. Estes são números que devem ser comemorados e podem ser ainda maiores, porque não captam completamente o bom desempenho do mercado livre, que vai se somando a esses valores conforme os novos contratos vão sendo fechados. E temos que lembrar que de 2018 a 2020 o ACL foi responsável por uma maior contratação que o ACR no caso de eólicas”, detalha Elbia.

“No que se refere à novas contratações, tenho recebido muitas perguntas sobre o impacto da pandemia no setor. É claro que há um impacto, porque a queda de demanda foi grande e isso deve impactar os próximos leilões do mercado regulado, que tendem a ser menores. Temos, no entanto, que considerar que a eólica está passando por um momento de expansão no mercado livre e isso tende a fazer muita diferença para o setor, podendo equilibrar a falta de demanda no regulado. E, mesmo nos leilões regulados, ainda que eles possam ser menores, sabemos que as eólicas tendem a ter um papel importante pela sua competitividade e pelo que sinaliza o PDE 2029”, analisa a presidente da ABEEólica.

Pandemia
Durante a pandemia, tomou forma uma importante discussão que é a necessidade de termos uma retomada verde da economia. O GWEC (Global Wind Energy Council), por exemplo, lançou o documento “Energia eólica: um pilar para a recuperação da economia global – Reconstruindo melhor para o futuro”. No manifesto, o Conselho apresenta argumentos sobre o poder de investimento da eólica, com criação de empregos e efeitos positivos para as comunidades e para o desenvolvimento tecnológico. Além disso, o GWEC apresenta ações que podem ser tomadas pelos governos para garantir que, no “day after” dessa pandemia, os esforços para reconstrução e retomada da economia possam acontecer de forma a contribuir para termos uma sociedade mais justa e sustentável.

“Considero que esta seja uma discussão imprescindível. A pandemia está abrindo ainda mais os olhos da humanidade para o inadiável combate ao aquecimento global. E, nesse processo, as fontes que não emitem gases de efeito estufa e apresentam benefícios sociais, econômicos e ambientais, como é o caso da eólica, são nossa melhor aposta para quando chegar o momento da retomada econômica. No caso do Brasil, a boa notícia é que temos como uma das suas principais vantagens comparativas em relação a uma grande maioria dos países o fato de sermos uma potência energética com uma grande diversidade de energias limpas e, no caso das eólicas, tem ainda o fato de que o Brasil possui um dos melhores ventos do
mundo, o que significa energia muito competitiva”, explica Elbia Gannoum.

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