Falar um pouco da Academia Maranhense de Letras Jurídicas do Maranhão é relembrar que esta é espelhada no modelo francês foi gerada primeiramente a Academia Brasileira de Letras, sendo que os movimentos em prol de sua criação foram iniciados no final do século XIX, através de escritores que manifestaram votos por uma academia nacional. Nesse contexto, destaco que a primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras foi Rachel de Queiroz, em 1977, antecedendo em quatro anos a francesa.
Já a Academia Brasileira de Letras Jurídicas teve sua fundação no ano de 1974. Diversos nomes do Direito já passaram pelas suas cadeiras, como Alfredo Buzaid, Orlando Gomes, Othon Sidou, Cesarino Junior, Nelson Saldanha, Ives Gandra Martins, César Asfor Rocha, dentre outras figuras de expressão no meio jurídico nacional e internacional.
No tocante à Academia Maranhense de Letras Jurídicas evidencio sua fundação aos 22 de fevereiro de 1986, em solenidade realizada na antiga sede da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Maranhão, na Rua do Alecrim, no Centro desta capital, com a presença de vinte e quatro membros fundadores, vários destes ainda em plena atividade acadêmica nos dias atuais. Teve como primeiro presidente o Dr. Wady Sauáia, advogado, jornalista e professor, que permaneceu no cargo até sua morte, em 1995. Na sequência, assumiram como presidentes os ilustres juristas Lourival de Jesus Serejo, atual presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, José Carlos Sousa Silva, advogado e professor, Roque Pires Macatrão, advogado, Ana Luiza Almeida Ferro, promotora de justiça e 1ª mulher a ocupar a presidência da nossa confraria, Raimundo Ferreira Marques, advogado, e João Batista Ericeira, também advogado e professor.
Compartilho, desta forma, a satisfação de poder tanto desenvolver o projeto profissional que escolhi para minha vida desde a adolescência, a advocacia, quanto pela oportunidade que me foi dada, qual seja, a de conhecer de perto grandes nomes do universo jurídico maranhense, alguns até então tão distantes, mas que na mesma confraria, me possibilitaram um convívio de constante aprendizado desde o ano de 2011, quando de minha eleição e posse para a cadeira n.º 11. Aprendi, tal qual o Mestre Fredie Didier, quando de sua posse na Academia de Letras Jurídicas da Bahia, no ano de 2008: “que a candidatura à Academia é um procedimento que termina na conclusão de que você, o candidato, não é tudo aquilo que pensa ser, que há sempre quem seja mais sábio e que a experiência é um bem que se conquista aos poucos. Ao final, concluí que a candidatura à Academia é, sobretudo, um exercício de humildade, por mais paradoxal que isso possa parecer”.
Ocupar a presidência da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, que é a terceira instituição do gênero mais antiga do Maranhão, sobretudo, num período marcante para a história mundial vem sendo um desafio diuturno. Desde o primeiro ato formal como presidente, ainda em fevereiro de 2020, passando pela inserção da AMLJ no “universo” das mídias sociais, a assinatura de convênios com outras instituições, e outras conquistas como a nova área mais ampla e equipada na sede da OAB/MA, o foco tem sido a aproximação cada vez maior da academia e de seus membros com a sociedade, através da difusão da produção acadêmica de seus membros, como artigos, lives, palestras on line, mas também, quando seguro para todos a participação e fomento dos eventos presenciais, afinal o Direito é uma ciência dinâmica e, por isso, está em constante transformação.
Não obstante as dificuldades enfrentadas em alguns momentos, a Academia Maranhense de Letras Jurídicas não ficará em pleno século 21 a margem dos acontecimentos no cenário jurídico nacional.
Júlio Moreira Gomes Filho
Advogado, presidente da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, presidente do Conselho da Comunidade Luso Brasileira do Maranhão, conselheiro seccional da OAB/MA
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