Covid-19

Dino contradiz União e reafirma a necessidade de compra de seringas

Palavra oficial do governo foi anunciada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que defendeu o uso de Lei Delegada da década de 1960, para assegurar "livre distribuição" do produto; vacinação ainda não tem previsão para início

Thiago Bastos/ Da Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Governador Flávio Dino cita lei de 1960 para que Governo Federal garanta compra de seringas para vacinação
Governador Flávio Dino cita lei de 1960 para que Governo Federal garanta compra de seringas para vacinação (Flávio Dino)

O Maranhão defende - ao contrário da política encabeçada pelo Governo Federal - a compra imediata de novo lote de seringas para armazenamento e uso futuro na aplicação de doses da vacina contra o coronavírus. A União suspendeu a aquisição do produto por considerar que os preços de mercado, considerando a alta demanda do país, estão acima da média.

Como argumento para a tese local, o governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB), chegou a defender a aplicação da Lei Delegada nº 4, promulgada na década de 1960 e que dispunha sobre a “intervenção direta do Estado” na economia para “assegurar a livre distribuição de produtos” considerados necessários.

Apesar da palavra oficial, Flávio Dino não informou qual o estoque atual de seringas mantido pelo Estado. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), por sua vez, afirmou “que Estados e Municípios do país têm estoques de seringas para o início das vacinações”. O presidente admitiu preliminarmente que, por enquanto, o país não necessita e apresenta em seu estoque uma quantidade satisfatória de vacinas.

Por enquanto, o Maranhão não divulgou um cronograma ou calendário prévio para a aplicação da vacina contra a Covid-19. Os últimos balanços da Secretaria Estadual de Saúde (SES) apontam para a “estabilidade” da doença, em especial, quanto aos óbitos. No entanto, estados vizinhos como Pará e Tocantins tiveram elevações no número de casos, o que mantém as autoridades locais em alerta.

Costurado

Ao site “O Antagonista”, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que já há um acordo costurado com estados para que o início da imunização ocorra com os estoques de seringas já existentes.

Ao contrário do governador Flávio Dino, que adotou um tom crítico mais corriqueiro em manifestação pública sobre o tema, o atual titular da SES e presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, disse que o Maranhão possui estoque do material para começar a imunizar a população.

Dados do Fórum de Governadores do Nordeste apontam que 40 milhões de seringas estariam atualmente à disposição. O saldo é inferior ao de alguns estados com grandes populações, como São Paulo (com 70 milhões de seringas e agulhas estocadas) e Minas Gerais, com 50 milhões destes produtos.

Sem compra

No dia 17 do mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o Maranhão e outros estados a comprarem vacinas sem que estas sejam regularizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou outro órgão. A decisão cautelar permitiria a aquisição de doses mas, por enquanto, o Governo do Maranhão não informou se alguma dose contra a Covid-19 foi comprada oficialmente.

Maranhão é um dos que menos testam, diz Fiocruz

A Fiocruz, em Nota Técnica nº 16, do dia 28 de dezembro de 2020, apontou que o Maranhão é um dos estados da federação que, desde o início da pandemia, registra baixa “cobertura” de testes contra o coronavírus.

O levantamento se baseia no quantitativo de procedimentos por 100 mil habitantes.

Segundo a entidade, o Maranhão apresenta índices inferiores ao de estados, como o Piauí, Rondônia, Amapá e Mato Grosso do Sul.

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